O que é?

É o nome dado a uma família de doenças inflamatórias reumáticas que causam artrite. A forma mais comum é a espondilite anquilosante, que afeta sobretudo a coluna. Este grupo de patologias engloba a artrite reativa, a artrite da psoríase e as artrites associadas a doenças inflamatórias do intestino (colite ulcerosa e doença de Crohn).

Afetam cerca de 0,6% a 1,9% da população e a espondilite anquilosante ocorre entre 0,1% a 1,4% das pessoas. Em Portugal a prevalência é desconhecida. Contudo, alguns dados sugerem que 2,5 a 3 milhões de portugueses sofrem de doença reumática, dos quais 60 mil apresentam espondilartrites.

A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória crónica que atinge principalmente homens jovens, por volta dos 20 anos, incidindo nas articulações sacroilíacas, na coluna vertebral e nas articulações periféricas. A região mais afetada tende a ser o sacro e a região ilíaca e nalguns casos pode evoluir progressivamente para ossificação e anquilose, na qual as vértebras se fundem entre si.

Todas estas patologias têm um impacto importante na qualidade de vida e na incapacidade para o trabalho. Na população com mais de 50 anos de idade, as doenças reumáticas correspondem a cerca de metade das enfermidades crónicas.

Sintomas

O sintoma principal é dor na região lombar e, por vezes, inchaço nas pernas e braços. As espondilartrites diferem de outras artrites porque envolvem os ligamentos e os tendões, causando inflamação, dor e rigidez. Quando o processo inflamatório se arrasta sem tratamento ocorre destruição do osso, com deformação da coluna vertebral e perda de mobilidade nos ombros e anca.

Muitos doentes apresentam também osteoporose, que aumenta o risco de fraturas. São igualmente comuns (com uma incidência de 40%) as inflamações oculares (uveítes) que provocam dores, visão turva e vermelhidão. Nalguns casos, pode haver inflamação da válvula aórtica, psoríase ou inflamação intestinal.

Causas

As causas não são bem conhecidas. A espondilite anquilosante é hereditária, estando associada a diversos genes. Desses, o mais comum é o HLA-B27 que é usado no diagnóstico desta doença.

No caso das patologias inflamatórias intestinais, a sua origem não é clara, podendo estar relacionadas com a presença de bactérias que provocam inflamação do neste órgão. A Chlamydia é uma delas.

Diagnóstico

Passa essencialmente pelo exame médico, pela realização de testes laboratoriais, exames de imagem (como o estudo radiográfico ou a ressonância magnética.) e estudos radiológicos, muito relevantes para a pesquisa do HLA-B27 quando se suspeita de espondilite anquilosante.

Tratamento

Os anti-inflamatórios não esteroides permitem o alívio da dor, da rigidez e do inchaço. Em alguns casos, podem ser úteis injeções de corticosteroides nas articulações afetadas. A sulfassalazina pode também diminuir os sintomas e prevenir a lesão das articulações. As terapêuticas biológicas são mais recentes e são úteis nos doentes que respondem mal aos anti-inflamatórios. O exercício físico e a fisioterapia são relevantes como complementos do tratamento médico. Nos casos mais avançados, quando ocorreu destruição articular, a cirurgia pode ser útil.

Prevenção

Embora a prevenção primária não seja possível, a prevenção secundária resultante de um reconhecimento precoce ou atempado da doença permite amplo campo de atuação em que é possível melhorar a sensibilidade diagnóstica e adotar estratégias de tratamento corretas que poderão, em fases precoces, determinar grandes diferenças de prognóstico funcional a médio prazo.

Fontes:

National Heart Centre Singapore

Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas