As mulheres devem ir ao urologista?

Existe a ideia de que os urologistas são uma espécie de médico especialista que trata apenas de homens. No entanto, e apesar de estar bastante associada ao sexo masculino e a problemas de saúde do homem, a Urologia é uma especialidade que estuda e trata o sistema reprodutor masculino e o sistema urinário. Assim, trata também todas as patologias do sistema urinário (rins, glândulas suprarrenais, ureteres, bexiga e uretra) que ocorrem no sexo feminino.

Tal como nos homens os sintomas urinários são muito frequentes nas mulheres e devem merecer avaliação médica especializada. Dentro da Urologia há profissionais especializados e dedicados ao tratamento de patologias do sistema urinário feminino e equipas multidisciplinares que congregam saberes da Urologia, Ginecologia, Fisiatria, Cirurgia Geral e Neurologia. É assim numa consulta de Uroginecologia, Urologia Feminina e Neuro-urologia por exemplo.

O que abordam estas áreas da Urologia?

As patologias de que a Uroginecologia e Neuro-urologia se ocupam são bastante comuns em diversas idades da vida da mulher e são:

• Infeções urinárias
• Incontinência urinária (de esforço, de urgência ou mista)
• Prolapso dos órgãos pélvicos (bexiga ou o reto)
• Disfunções miccionais (de causa neurológica - bexiga hiperativa ou hipoativa)
• Patologia Oncológica (cancro da bexiga e cancro do rim)
• Litíase Urinária (“pedras nos rins”)

Por sua vez, as questões tratadas pela Ginecologia estão mais ligadas aos ciclos menstruais, à gravidez e à contraceção, infeções vaginais, perdas de sangue pela vagina, problemas de fertilidade e alterações causadas pela menopausa.

Sabia que...

Aproximadamente metade das mulheres terão pelo menos um episódio de infeção urinária durante a vida, e uma em cada três mulheres terá pelo menos um episódio até à idade de 24 anos. A maioria dos casos de infecções urinárias na mulher são causadas pela bactéria E. coli.

Que sintomas sugerem uma infeção urinária?

Qualquer sintoma:

• Dor
• Ardor
• Alteração da frequência urinária
• Dificuldade em esvaziar a bexiga
• Urgência miccional
• Incontinência

ou sinal:

• Coloração da urina
• Sangue na urina
• Alteração do cheiro

devem levar a mulher ao urologista.

Quais os fatores de risco para infecção urinária?

• Relações sexuais
• Uso de espermicidas
• Mãe com história de infeção do trato urinário
• História de infeção do trato urinário durante adolescência

Prolapso de órgãos pélvicos

As doenças do pavimento pélvico são frequentes entre as mulheres, sendo que aproximadamente 50% das mulheres apresentam algum grau de prolapso. Nos Estados Unidos da América estima-se que cerca de 12% das mulheres necessitam de cirurgias por este problema. Alguns sintomas urinários estão frequentemente associada a prolapsos de órgãos pélvicos em que a vagina e os órgãos adjacentes, a bexiga, o intestino ou o útero saem da sua normal posição por fraqueza ou flacidez dos tecidos de suporte.

Que sintomas sugerem o prolapso de órgãos pélvicos?

• A sensação de ter um inchaço ou uma “bola” no interior ou mesmo a sair da vagina (sobretudo, depois de um longo período de pé ou de esforço)
• Movimentos intestinais dolorosos ou dores e uma sensação de peso na zona pélvica, que piora com o final do dia
• Dificuldade em urinar e em esvaziar totalmente a bexiga
• Perdas urinárias em momentos de tosse ou durante a prática de exercício físico
• Infeções urinárias frequentes
• Sangue na urina
• Urina turva
• Frequente urgência em urinar

O que pode estar na origem dos problemas do pavimento pélvico?

Há alguns fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento destas doenças ou simplesmente afetar o estado destes órgãos e tecidos. Alguns exemplos são:

1. Parto vaginal
2. Cesariana
3. Parto de gémeos
4. Obesidade
5. Prisão de ventre crónica
6. Tosse crónica
7. Esforços físicos e levantamento de pesos continuadamente
8. Cirurgias pélvicas
9. Tratamentos com radiação
10. Fatores genéticos

Apesar dos fatores referidos, os problemas do pavimento pélvico podem aparecer na mulher em qualquer momento da sua vida, sendo mais comuns entre os 20 e os 30 anos e, mais tarde, na idade da menopausa.