Tudo sobre o vírus da gripe B

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Existem vários tipos de vírus influenza, sendo o vírus da gripe A o mais comum. O vírus da gripe B é diferente. Conheça as diferenças.

A gripe circula habitualmente nos meses frios, com surtos que se espalham principalmente em escolas, locais de trabalho, lares e outros espaços com muitas pessoas. Apesar de os sintomas serem maioritariamente os mesmos, existem vários tipos de vírus influenza em circulação, conhecidos pelas letras A, B, C e D. Apesar de a gripe A ser mais comum, ocasionalmente a gripe B torna-se predominante em certas regiões ou países. Saiba o que é este tipo de gripe, quais as diferenças e o que deve ter em atenção.

 

O que é a gripe B?

A gripe B é provocada pelo vírus influenza B, cujas principais linhagens identificadas são a Victoria, que afeta principalmente pessoas mais velhas, e a Yamagata, que atinge mais as crianças. Por norma, é menos perigoso do que o vírus A, mas pode ter consequências graves em determinadas situações, nomeadamente em crianças e idosos.

A transmissão da gripe B faz-se através da via respiratória e também pode acontecer através de gotículas expelidas por pessoas infetadas ou contacto com superfícies contaminadas pelo vírus. Nos vírus da gripe em geral, a entrada no organismo é feita a partir das mucosas na boca, nariz e olhos, e, em média, cada pessoa infetada contagia uma a duas outras pessoas.

 

Sabia que...

Julga-se que o vírus da linhagem Yamagata poderá estar extinto, devido à eficácia das medidas de proteção dos idosos e outros grupos de risco durante a pandemia COVID-19.

 

O que distingue a gripe B da gripe A?

Os vírus da gripe distinguem-se principalmente pela severidade e extensão da sua transmissão. Os vírus D apenas atingem animais, os vírus C afetam pessoas e animais, mas causam apenas sintomas leves. É nos vírus B e A que a doença é mais visível, com algumas distinções.

Os vírus da gripe A:

  • Causam mais sintomas;
  • Podem ser transmitidos entre pessoas e animais;
  • São responsáveis por epidemias;
  • Sofrem mais mutações, reduzindo a imunidade das pessoas;
  • Representam cerca de 75 % dos casos de gripe;
  • Normalmente circulam mais no final do período da gripe.

 

Sendo dois vírus distintos, é possível ser infetado duas vezes seguidas e ter sintomas de doença, acontecendo mais vezes no caso de pessoas que não estão vacinadas para a gripe.

 

Sintomas da gripe B comuns a outras variantes

A gripe provoca sensivelmente os mesmos sintomas independentemente da estirpe do vírus ser B ou A. O que muda habitualmente é a severidade da doença, o que torna os sintomas mais ligeiros, podendo alguns ser inexistentes. Os principais sintomas de gripe são:

 

Quem tem maior risco de contrair gripe B?

Crianças com menos de 5 anos podem ter mais complicações com a gripe B, devido ao facto de não terem ainda imunidade desenvolvida. Outros grupos de risco são:

  • Pessoas com asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ou outra doença pulmonar;
  • Pessoas com doenças cardíacas, renais, hepáticas ou neurológicas;
  • Condições que causem dificuldades em tossir, engolir ou libertar fluido do nariz;
  • Pessoas com diabetes;
  • Pessoas que tenham o sistema imunitário comprometido;
  • Pessoas que sejam portadoras de uma doença do sangue;
  • Grávidas.

 

Sabia que...

Uma vez que a gripe B é menos comum, a presença de surtos deve-se frequentemente ao facto de muitas pessoas não terem tido contacto com esse tipo de vírus antes ou não estarem vacinadas.

 

Complicações da gripe B

Caso não haja melhoria ou não seja feito tratamento para os sintomas, mesmo sendo habitualmente menos severa, a gripe B pode ter complicações, principalmente respiratórias:

  • Síndrome respiratória aguda grave;
  • Pneumonia;
  • Danos musculares ou inchaço dos músculos;
  • Infeção e inflamação no coração;
  • Encefalite;
  • Agravamento de doenças crónicas existentes.

 

Como é feito o diagnóstico de gripe B?

O diagnóstico da gripe B é essencialmente feito através da descrição e avaliação dos sintomas. Paralelamente, pode ser feito um teste rápido, com recurso a uma amostra de muco do nariz. Além de identificar corretamente o vírus e orientar o tratamento, essa análise rápida pode indicar o grau de contágio ainda presente e excluir outros vírus como o da COVID-19.

 

Tratamento da gripe B

A medicação e as recomendações médicas para o tratamento da gripe B são essencialmente as mesmas que noutros tipos de gripe. Os medicamentos antivirais são uma opção para reduzir a severidade e duração dos sintomas, mas apenas se forem tomados quando surgem os primeiros sinais da doença. São particularmente importantes nos idosos e noutros grupos de risco.

Paralelamente, o tratamento inclui outras medidas que aumentem o conforto e ajudem a aliviar os sintomas:

  • Descansar;
  • Beber líquidos quentes (água, chá, caldos) para prevenir a desidratação;
  • Colocar compressas quentes ou sacos de água quente nos músculos doridos;
  • Usar descongestionantes nasais;
  • Tomar xaropes ou outros medicamentos para a tosse;
  • Tomar expetorantes para reduzir o muco nas vias respiratórias;
  • Tomar antipiréticos para reduzir a febre ou dores musculares.

 

Como prevenir a gripe B?

O contacto com outras pessoas é a principal causa da infeção por gripe, sendo as medidas mais importantes para evitar o contágio:

  • Cumprir a vacinação anual contra a gripe;
  • Evitar o contacto com pessoas infetadas;
  • Usar máscara em ambientes com muitas pessoas;
  • Evitar locais fechados e com muitas pessoas;
  • Lavar frequentemente as mãos com água e sabão;
  • Evitar tocar frequentemente com as mãos na boca, nariz ou olhos;
  • Limpar superfícies onde muitas pessoas possam tocar, como maçanetas;
  • Desinfetar objetos ou zonas que possam ter o vírus;
  • Não partilhar comida ou utensílios com outras pessoas.

 

A vacina para a gripe é um dos fatores para a prevenção das doenças respiratórias sazonais, uma vez que protege contra vários tipos de gripe. As vacinas são anualmente adaptadas tendo em conta as previsões da época gripal seguinte, conferindo proteção para dois tipos de gripe A e para as duas linhagens de gripe B.

 

Quem deve ser vacinado para a gripe?

Qualquer pessoa pode ser vacinada para a gripe, mas as pessoas para as quais há maior recomendação da vacina englobam os principais grupos de risco:

  • Profissionais de saúde, de lares e forças de segurança ou em contacto com pessoas idosas ou crianças;
  • Pessoas com mais de 65 anos;
  • Pessoas com doenças crónicas dos pulmões, coração, rins ou fígado ou diabetes;
  • Outros doentes com diminuição da resistência às infeções;
  • Grávidas.

 

A gripe B é normalmente menos grave do que a gripe A, mas constitui uma infeção respiratória mais frequente nos meses frios. Sendo, no entanto, menos comum, apresenta risco maior de afetar pessoas com pouca imunidade específica a esse tipo de vírus, pelo que a prevenção é essencial.

Fontes:

Cleveland Clinic, janeiro de 2025

Direção Geral da Saúde, janeiro de 2025

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, janeiro de 2025

Johns Hopkins Medicine, janeiro de 2025

Mayo Clinic, janeiro de 2025

National Council On Aging, janeiro de 2025

PubMed, janeiro de 2025

SNS 24, janeiro de 2025

WebMD, janeiro de 2025

 

Publicado a 17/01/2025