Medo
O que é?
O medo corresponde a uma emoção desagradável com componentes fisiológico, cognitivo e comportamental.
Ocorre como resposta a uma causa reconhecida conscientemente de perigo (real ou imaginário). Todas as crianças têm episódios de medo, estimando-se entre os 2-6 anos a maior incidência
O pico de incidência ocorre aos 11 anos, decrescendo a partir dessa idade.
Existem vários fatores que podem contribuir para o desencadeamento dos medos: estímulos temidos (contacto com cão/outro animal grande, etc.) ou fatores culturais (divórcio dos pais).
Sintomas
Medos comuns na infância e na adolescência
Ao nascimento só estamos predispostos a ter medo das quedas e de certos ruídos.
1º ano de vida: Separação, Ruídos, Quedas
2 anos: Animais, Treino do bacio, Banho
3 anos: Hora de deitar, Medo do escuro, Monstros, Fantasmas
5 anos: Divórcio dos pais, De se perderem
7 anos: Perda/morte dos pais, Rejeição social
9 anos: Guerra, Situações novas, Adopção
12 anos: Ladrões, Injeções
Como proceder?
- Os pais deverão saber que a maioria dos medos são normais, passageiros e não representam nenhum problema. As crianças pequenas não distinguem a fantasia da realidade, para elas o monstro que temem é real
- Os pais não devem exacerbar o medo dos filhos (exemplo: “o doutor vai dar-te uma pica se não te portas bem”)
- Respeite o medo que a criança sente, sem lhe dar, porém, uma importância desmedida
- Não deve obrigar a criança a contactar com os medos
- Os pais devem tranquilizar e ajudar os filhos a ultrapassarem os medos (por exemplo, falar acerca do medo na tentativa de corrigir uma ideia errada
- Em crianças pequenas, alguns medos não podem ser explicados racionalmente pelo que os pais terão que usar determinadas ações (exemplo, se a criança tem medo de monstros os pais devem dizer-lhe: “as casas não deixam entrar os monstros pelo que em casa não há monstros”)
- Quanto aos medos noturnos: acenda a luz; reconforte o seu filho dizendo repetidamente se necessário: “ Eu estou aqui … o pai está aqui”; responda aos seus receios, num tom calmo e suave; dê-lhe o seu peluche, boneca ou herói preferido, para lhe fazer companhia quando você voltar para o seu quarto (ficando o seu filho no dele).
Tratamento
Peça ajuda ao Pediatra Assistente se:
O medo evoluir para uma situação generalizada, recorrente ou especialmente assustadora, que comprometa o desempenho da criança.
Sofia Sarafana
Pediatra, Hospital CUF Descobertas