Diabetes: preparar a saúde para o tempo frio

Doenças crónicas
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Conheça as rotinas de saúde que um doente com diabetes deve adoptar para enfrentar o inverno de forma mais saudável e segura.

Qual a importância de um doente com diabetes preparar a saúde para o tempo frio?

Apesar de vivermos num país de clima moderado, em que os invernos não são particularmente rigorosos, a diminuição da temperatura associa-se frequentemente a alteração da rotina, que pode ser prejudicial ao bom controlo metabólico do diabético: há tendência a maior sedentarismo, a passar mais tempo em casa e a aumento da ingestão alimentar. Além de levar a aumento das glicemias, estas atitudes podem também elevar os valores de colesterol e de peso, e consequentemente o risco cardiovascular do indivíduo com diabetes.

Por outro lado, com temperaturas mais baixas, a pressão arterial também poderá tender a subir, pelo que é importante vigiá-la e proceder a ajustes de medicação se necessário e de acordo com a indicação do seu médico assistente.

 

Quais os sinais de alerta a que um doente com diabetes deve estar atento e quando deve procurar um médico?

A ocorrência de uma doença aguda decorrente da diabetes já existente ou agravamento inexplicável do habitual controlo da diabetes deve levá-lo a procurar ajuda médica.

 

Quais as rotinas de saúde que deve manter ou adoptar para se preparar para o inverno?

  • Manter a medicação prescrita: não só os fármacos para a diabetes mas toda a medicação que cumpre habitualmente.
  • Manter hábitos alimentares corretos.
  • Manter a atividade física adequada. Mas atenção: a prática de exercício físico em locais com temperaturas extremas, nomeadamente temperaturas muito baixas, acarreta risco cardiovascular acrescido e não é aconselhada.
  • Comparecer às consultas onde é habitualmente acompanhado, conforme a regularidade definida e recomendada.
  • Assegurar que tem medicação suficiente e algum “stock” (pelo menos para um mês de tratamento), armazenado em condições adequadas.
  • Controlar e vigiar as doenças coexistentes: por exemplo, hipertensão arterial ou dislipidemia.
  • Manter o calendário vacinal atualizado: os indivíduos com diabetes têm indicação para fazer a vacina da gripe anualmente e a vacina contra infeção pneumocócica, de acordo com prescrição do seu médico assistente.

 

No contexto atual, que riscos acrescidos corre um doente com diabetes?

Vivemos tempos particulares. De incerteza, de insegurança e de angústia. A infeção por COVID-19 veio revirar as nossas vidas, instalar receios, fomentar novos hábitos e, até certo ponto, mudou prioridades. Este inverno, revestir-se-á, portanto, de desafios particulares.

Sabemos hoje que, por receio de serem infetados, muitas pessoas, algumas destas doentes crónicos, adiaram ajuda médica, mesmo em contexto de doença aguda, durante os primeiros meses da pandemia e, em particular, durante o período de confinamento. Esta atitude terá condicionado, algumas vezes, o seu prognóstico.

Se é verdade que as pessoas com diabetes constituem grupo de risco para desenvolver formas mais graves de doença por COVID-19, também é verdade que são grupo de risco para desenvolver outras doenças e infeções, nomeadamente a gripe sazonal ou pneumonia, doenças tipicamente mais prevalentes no inverno. Esse risco é tanto maior, quanto pior controlada estiver a diabetes.

 

Como podem os doentes com diabetes enfrentar o próximo inverno de forma mais saudável e segura?

É fundamental não descurar a sua saúde e é muito importante cumprir os seguintes conselhos:

  • Manter um bom controlo metabólico
  • Ter o calendário vacinal atualizado, conforme prescrição médica
  • Adotar comportamentos que reduzam o risco de contágio de doenças infeciosas
  • Manter uma hidratação adequada
  • Usar vestuário e calçado adequados
  • Não usar botijas de água quente para aquecer os pés, pelo perigo de causarem queimaduras
  • Cumprir a medicação escrupulosamente
  • Manter a regularidade das consultas
  • Cumprir as normas da Direção-Geral da Saúde
Publicado a 22/08/2020
Doenças