Como funciona o sistema imunitário?
O sistema imunitário - isto é, as defesas do nosso organismo - tem como principal função proteger-nos de doenças. Explicamos-lhe como.
O sistema imunitário constitui, explicando de uma forma simples, as defesas do nosso organismo, combatendo e eliminando potenciais ameaças à nossa saúde. Estas podem vir das mais variadas fontes, desde a inalação de gotículas respiratórias de alguém que tossiu ou espirrou ou também através da ingestão de alimentos contaminados. E como é que o sistema imunitário combate esses micróbios? Explicamos-lhe neste vídeo os diferentes componentes das nossas defesas e o seu modo de atuação.
Constituintes do sistema imunitário
O sistema imunitário é composto por um conjunto complexo de tecidos, células, proteínas (anticorpos) e órgãos que nos protegem de infeções.
Os principais constituintes do sistema imunitário trabalham em conjunto e são:
- Glóbulos brancos (ou leucócitos): são produzidos na medula óssea e fazem parte do sistema linfático. Circulam no sangue em busca de “invasores” e, quando os encontram, lançam um “ataque imunitário”;
- Anticorpos: ajudam o corpo a combater micróbios ou as toxinas por eles produzidas;
- Sistema do complemento: composto por mais de 30 proteínas que complementam o trabalho dos anticorpos. Este sistema tanto elimina diretamente os micróbios como pode “sinalizá-los” para que outras células possam proceder à sua destruição;
- Sistema linfático: tem várias funções, entre as quais reagir face à presença de bactérias, lidar com células cancerígenas e “prender” os micróbios nos gânglios linfáticos. Os gânglios linfáticos ao filtrar e destruir micróbios evitam que estes se espalhem para outras partes do corpo e causem doença;
- Baço: este órgão que se encontra dentro do abdómen, filtra o sangue e remove os micróbios, destrói os glóbulos vermelhos mais antigos ou danificados e produz substâncias que combatem doenças, como anticorpos e glóbulos brancos;
- Timo: é um pequeno órgão que se encontra dentro do tórax, que filtra o sangue e produz um tipo específico de glóbulos brancos cuja função é aprender a reconhecer e criar memória de um invasor, conseguindo atacá-lo rapidamente na próxima vez que se deparar com ele;
- Medula óssea: situada no interior dos ossos, é onde são produzidas as células do sangue, como os glóbulos brancos que combatem infeções;
- Estômago e intestinos: os sucos gástricos matam muitas bactérias logo na fase inicial em que entram no nosso corpo. Já nos intestinos, existem muitas bactérias benéficas que destroem as que podem ser prejudiciais;
- Pele, membranas mucosas e outras defesas de primeira linha: a pele é a primeira barreira contra os micróbios antes de estes entrarem no nosso organismo. Além disso, produz óleos nas glândulas sebáceas e células protetoras do sistema imunitário. As membranas mucosas - como as dos tratos respiratório, digestivo, urinário e reprodutivo - também nos defendem das ameaças. Por exemplo, no caso do trato respiratório, os micróbios ficam presos na boca e no muco e são depois expulsos através das vias respiratórias.
Sabia que...
Existe o sistema imunitário inato - aquele com o qual já nascemos - e o sistema imunitário adquirido, que vai “aprendendo” outras formas de nos proteger. Ambos trabalham em conjunto quando há uma resposta imunitária a uma doença.
Como funciona o sistema imunitário
As principais tarefas do nosso sistema imunitário consistem em combater patogénicos que possam provocar doença - como vírus, bactérias, fungos ou parasitas - e eliminá-los; combater alterações que ocorrem no nosso corpo e que podem levar ao desenvolvimento de doenças, como é o caso das células cancerígenas; e reconhecer e neutralizar substâncias prejudiciais que existem no ambiente.
Em primeiro lugar, o objetivo do sistema imunitário é evitar que as “ameaças” cheguem a entrar no nosso corpo. Quando estas conseguem entrar no organismo, o sistema imunitário trata de combatê-las libertando células específicas que vão ao encontro do “intruso” e atacam-no.
E como é que o sistema imunitário é ativado? Quando reconhece a presença de uma substância estranha, que não pertence ao corpo, são ativados os chamados antigénios.
Quando o sistema imunitário entra em contacto com uma substância pela primeira vez, a probabilidade de ocorrer doença é maior. No entanto, este nosso sistema vai guardando “memória” das ameaças com que se depara, desenvolvendo anticorpos específicos, e torna-se mais eficaz no seu combate, caso voltemos a contactar com esses microrganismos. Ao destruí-los rapidamente, evita que se multipliquem e causem doenças.
Pelo contrário, quando há algum problema no funcionamento do sistema imunitário, podem surgir doenças como infeções, alergias, imunodeficiências e distúrbios autoimunes.
Better Health Channel, janeiro de 2022
Cleveland Clinic, janeiro de 2022
NHS, janeiro de 2022
WebMD, janeiro de 2022