Cancro da mama: a importância das consultas de rotina
Numa consulta de rotina, para tratar sintomas de menopausa, Valdenice Gumieri recebeu um diagnóstico inesperado: um cancro da mama ainda em fase inicial.
Em maio de 2023, numa consulta de rotina, Valdenice Gumieri foi diagnosticada com um cancro da mama. “Fiquei um pouco chocada ao receber a notícia, acho que isso é natural no primeiro impacto. Depois, logo a seguir, senti que tinha que enfrentar, porque tive a ‘sorte’ de ser diagnosticada atempadamente”, partilha.
O que a levou a consultar o seu médico não tinha, à primeira vista, nada que ver com sintomatologia de cancro: foram sintomas da menopausa. Fique a conhecer a sua história.
Do aparecimento das queixas à consulta
“Comecei a sentir sintomas da menopausa em meados de agosto de 2022 e em novembro pensei marcar uma consulta para ver o que se passava, o que podíamos fazer em relação aos sintomas. Não consegui ir devido à vida profissional, à vida familiar, à correria. Em maio deste ano [2023], resolvi fazer os exames todos porque os sintomas da menopausa já tinham intensificado um pouco mais. Foi quando me foi diagnosticado um tumor hormonal grau 1, pequenino, a tempo de cura”, recorda Valdenice Gumieri. “Se eu tivesse vindo em novembro do ano passado, não teria sido encontrado, porque era muito pequenino e ainda não estaria lá, e eu só voltaria novamente para uma próxima consulta em novembro deste ano [2023]. Nessa altura, já estaria grande e, talvez, o resultado não teria sido o esperado. Portanto, acho que tive sorte”, continua.
“Tive ótimos profissionais. (...) Sempre estiveram comigo e sempre me indicaram o caminho certo. É sempre em frente.”
O impacto do cancro da mama na sua vida
Embora não tenha cancelado alguns dos planos que tem para a sua vida, o diagnóstico de cancro da mama levou a que Valdenice Gumieri tivesse de adiá-los. Esse, conta-nos, “foi o maior impacto a nível familiar e profissional”. Além disso, depois de receber a notícia, no primeiro impacto sentiu medo: “Passam muitas coisas na sua cabeça, muitos cenários, no momento que você tem a notícia. Um dos sentimentos é medo e, logo a seguir, é a positividade, a vontade de querer que tudo corra bem e pensar que já correu bem. Não vai correr bem, já correu e é isso que eu acho muito importante.”
Os tratamentos oncológicos
Quando foi diagnosticada, a sua primeira consulta foi a de cirurgia, de modo a decidir os próximos passos. Isto é, “se era para tirar tudo, se era para tirar apenas o tumor, e foi decidido tirar apenas o tumor na mama direita e fazer a reconstrução. Tudo na mesma cirurgia”. Foi também retirado e analisado o gânglio sentinela, que deu negativo, o que permitiu definir a abordagem terapêutica. “Se tivesse dado positivo, o tratamento era outro”, conta. O gânglio sentinela é, neste caso, o primeiro gânglio da zona ganglionar da axila e o primeiro a ser atingido pelas células malignas emitidas pelo tumor da mama, no caso de elas existirem. Se o gânglio sentinela não revelar estas metástases (na biópsia), os restantes gânglios também estarão saudáveis.
Atualmente, Valdenice Gumieri faz apenas hormonoterapia, um tratamento que é feito durante pelo menos cinco anos. “Terminei há duas semanas a radioterapia, que é um tratamento muito rápido, apesar de ser todos os dias. É de cinco a 15 minutos, mas é um tratamento muito solitário. Estamos ali e aquilo parece uma eternidade”, conta.
“No início da hormonoterapia, tinha náuseas de manhã, agora já não tenho. Sinto fadiga, mas isso também é da radioterapia, à tarde já fico mais cansada, sem muita energia, mas isso agora só com o tempo para conseguir repor todas as minhas energias”.
“No cancro da mama, se for diagnosticado atempadamente a probabilidade de cura é imensa”
A equipa
Ao longo de todo o processo de tratamentos, Valdenice Gumieri já foi acompanhada por várias especialidades clínicas, e continuará a ser, de modo a dar resposta às suas necessidades. Algumas dessas especialidades incluem Nutrição, Radioterapia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Oncológica, Oncologia e Fisioterapia. Esta última necessária porque “a Radioterapia queima os tecidos e tive dificuldade em mexer o braço, por ser na mama direita. Mas está a correr tudo bem.”
“Tive ótimos profissionais”, afirma Valdenice Gumieri, acrescentando: “Sempre estiveram comigo e sempre me indicaram o caminho certo. É sempre em frente.”
Uma mensagem de prevenção
“Cuidem-se.” Esta é a mensagem que Valdenice Gumieiri deixa a todas as mulheres, acrescentando que, “no dia a dia, deixamos um pouco de lado nós mesmos. E no cancro da mama, se for diagnosticado atempadamente a probabilidade de cura é imensa”.
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