Tratar a obesidade e recuperar uma vida sem limitações
Com uma história de excesso de peso e obesidade, José optou pela gastrectomia em sleeve e perdeu mais de 60 kg. As dores durante a prática de desporto desapareceram e a sua autoestima está de volta.
"Eu era um comedor de volume, ou seja, comia por excesso"
Em 2020, José Cortinhal Silva tomou consciência de que o seu peso era uma limitação à sua saúde, à sua mobilidade e à prática de desporto. “Tentava praticar desporto com o peso que tinha, mas o esforço e a dor associada à prática das atividades eram bastante condicionantes”, recorda. Havia também a questão estética, “o não gostar daquilo que vemos ao espelho”, estar condicionado ao que havia para vestir.
Ao longo da vida tentou emagrecer de várias formas, mas todas acabavam com a recuperação do peso perdido e com o ganho de ainda mais peso. “Tinha tentado perder peso com o plano alimentar, também com atividade física, da prática de desporto, e cheguei mesmo a seguir programas de dieta com acompanhamento de fármacos. A dieta resultava sempre numa perda de peso e, depois, em peso ganho. Normalmente o ganho de peso é sempre superior ao peso inicial”, diz.
José percebeu com o seu médico que a solução para o seu caso deveria ser um tratamento mais invasivo do que uma dieta, algo que mudasse estruturalmente o volume de comida que ingere. “Eu era um comedor de volume, ou seja, comia por excesso. Não comia mal, não comia fast-food, não comia pizzas… mas era um comedor de excesso. Podia comer muita carne, muito peixe, muita salada, mas em demasia”, recorda.
A cirurgia
O método aconselhado para o seu caso foi a redução do tamanho do estômago através da gastrectomia em sleeve. “O processo inicia-se com uma primeira consulta em que nos é explicado como é que se vai fazer o encaminhamento, desde a preparação para a operação. Foi-me explicado em que consistia a operação, de que maneira é que era feita, foi feito um conjunto de exames, foi feita a marcação do dia da cirurgia e essencialmente três dias depois da cirurgia temos alta”, lembra.
“No primeiro mês estamos limitados a uma dieta líquida, começamos a fazer as nossas atividades normais, a movimentarmo-nos em casa, a apercebermo-nos do processo por que o nosso corpo está a passar. Na primeira semana já podemos começar a fazer umas pequenas caminhadas - é muito importante mantermo-nos ativos durante este processo. Duas a três semanas regressamos às nossas atividades profissionais e depois vem um acompanhamento mensal, trimestral, semestral.”
"Entre as consultas programadas com equipa médica e as consultas de nutrição existe um equilíbrio que nos leva a estar bastante empenhados"
Da cirurgia bariátrica à cirurgia plástica
Até ao presente, José perdeu 64 kg em virtude da operação que fez, mas também do seu novo estilo de vida. A limitação física à ingestão de grandes quantidades de alimentos foi importante para manter novos hábitos alimentares.
Nos meses que se seguiram à intervenção cirúrgica, houve uma “medição constante da perda de peso, dos índices corporais, dos volumes e todo um acompanhamento a nível alimentar em todas as etapas do processo, desde a parte dos líquidos à introdução dos sólidos, a mudança para os cozidos, os grelhados, sopas e, depois, a transição para uma alimentação diária normal”, conta.
O acompanhamento médico no Hospital CUF Descobertas foi essencial para perceber quais são as novas necessidades do seu corpo, “ter controlo dos níveis de vitaminas e das nossas carências alimentares”, diz. Para José, “entre as consultas programadas com equipa médica e as consultas de nutrição existe um equilíbrio que nos leva a estar bastante empenhados e perceber onde é que podemos fazer os ajustes, quer para complementar com um certo nível de alimentos ou para quando existe a necessidade de tomar vitaminas que equilibrem a nossa maneira de estar, o nosso bem-estar.”
“Não existiu assim uma grande dificuldade por causa de toda a envolvente que temos neste processo. A nível de perda de peso também foi uma coisa fluida, não é um processo extremamente rápido, demorou cerca de um ano ou um ano e meio”.
Hoje trabalha para manter o peso pretendido e surgiu um novo passo em todo o processo de transformação pelo qual o seu corpo passou: uma cirurgia plástica. A perda de várias dezenas de quilos no espaço de um ano origina pregas e excesso de pele em algumas partes do corpo. José escolheu fazer uma cirurgia plástica reconstrutiva: “é um passo importante e decisivo porque vai-nos permitir manter o foco de todo o processo e ter a continuidade”, considera José.
Depois de três anos deste processo complexo, José vê que pode viver uma vida em pleno, sem limitações. “Atualmente eu consigo fazer ciclismo, atletismo, natação, o ginásio, o normal, coisas que na altura praticamente eram… não eram impossíveis, mas eram um sofrimento associado à prática do desporto.”
José sente a qualidade de vida “no dia a dia: o bem-estar físico, o bem-estar psicológico ...aprendemos a gostar de nós mesmos, a vermo-nos de outra maneira, já não estamos condicionados ao vestir, na prática de desporto”.
A mensagem de José
“Um conselho para quem está com problemas de obesidade é essencialmente perceber e admitir para si própria que precisa de ajuda, tem de procurar ajuda e perceber o que tem disponível e os vários tratamentos que existem para a obesidade. Por vezes não é só estética, mas uma condição de vida, de estarmos limitados tanto a nível de saúde, como a nível da mobilidade.”
Uma equipa multidisciplinar que inclui especialistas em Endocrinologia, Nutrição, Psicologia e Cirurgia bariátrica, quando há indicação cirúrgica. A articulação entre as várias especialidades permite a decisão de qual o melhor método terapêutico e o acompanhamento ao longo das várias fases deste processo.
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