O que é?

O Pectus Carinatum  é uma deformidade torácica caracterizada por uma procidência do esterno na parede anterior do tórax. As deformidades assimétricas com esterno inclinado lateralmente são comuns, levando a uma saliência mais pronunciada num dos lados do peito. É o oposto ao defeito do pectus excavatum.

Ao contrário do Pectus Excavatum estas deformidades conseguem-se muitas vezes corrigir por compressão externa mantida preferencialmente durante o início do seu aparecimento ou agudização, que surge sobretudo na adolescência.

Sintomas

As crianças com Pectus Carinatum, com o coração e pulmões sem patologia associada, podem apresentar dificuldades respiratórias devido à deformidade do tórax. Nos casos moderados a graves, a parede torácica rígida tem uma mobilização deficiente provocando uma respiração não eficaz, especialmente ao esforço (correr) e uma diminuição da resistência. Estas crianças, na maioria das vezes, cansam-se com mais facilidade que os seus pares, com falta de ar e fadiga muscular.

Além das possíveis consequências fisiológicas, a deformidade da parede do tórax, pode ter um impacto psicológico significativo. Algumas crianças, com casos mais leves, podem viver felizes e sem problemas, mas outras porém, a forma do peito e o seu impacto visual, podem prejudicar sua imagem e auto-estima, rompendo as suas relações sociais e fazendo sentirem-se desconfortáveis, durante a adolescência e a idade adulta.

Causas

Pectus Carinatum resulta dum crescimento excessivo das cartilagens junto ao esterno, que ligam o esterno às costelas, provocando a sua projeção para a frente. O seu aparecimento pode manifestar-se a partir do nascimento. Torna-se evidente, no recém-nascido, como uma caixa arredondada e à medida que atingem 2 a 3 anos de idade o esterno começa a crescer para fora.

A ocorrência mais comum para Pectus Carinatum é durante a puberdade, entre os 11-14 anos, nas crianças do sexo masculino. Alguns pais relatam que pectus de seu filho aparentemente apareceu 'há dias'.

Pode ocorrer como uma lesão congénita solitária ou em associação com outras anomalias congénitas. Em cerca de 25% dos casos de Pectus Carinatum, o paciente tem um membro da família com a mesma deformidade.

Pectus Carinatum é mais raro do que o Pectus Excavatum, ocorrendo com mais frequência no sexo masculino que no feminino (4:1).

Diagnóstico

As alterações da parede do tórax provocadas pelo pectus, tornam-se geralmente mais graves com o crescimento na adolescência e pode piorar ao longo da vida adulta. Os efeitos secundários, como escoliose e as doenças cardiovasculares e pulmonares, associadas, podem piorar com a idade.

A maioria das companhias de seguros consideram as deformidades da parede torácica, como Pectus Carinatum, não como um defeito, mas como um problema puramente cosmético. Apesar do impacto psicológico de qualquer deformidade ser uma realidade e de dever ser corrigida, as preocupações com as consequências fisiológicas, não devem ser esquecidas. A possibilidade de existirem dificuldades cardiorrespiratórias ao longo da vida, são suficientemente graves para justificar uma visita a um cirurgião torácico.

Tratamento

Técnica com prótese

Em crianças, adolescentes e jovens adultos que têm Pectus Carinatum e estão motivados para evitar a cirurgia, o uso de uma cinta personalizada na parede torácica, que aplica uma pressão directa sobre a área saliente do peito, produz excelentes resultados. A motivação em usar a cinta corretamente, é essencial para o sucesso deste tipo de tratamento.

Esta cinta deve ser usada 14-24 horas por dia e o tempo de utilização, varia com o resultado da evolução clínica, feita pelo médico, com base na gravidade do Pectus Carinatum (leve, moderado, grave) e se ele é simétrico ou assimétrico.

Cirurgia

Para pacientes com Pectus Carinatum grave, pode ser necessário a cirurgia, como indicação inicial. No entanto o uso da prótese poderá ser a primeira opção do tratamento. Em alguns casos graves, tratados com prótese, pode resultar numa melhoria em que o paciente fique feliz com o resultado e já não queira a cirurgia.

Se a correção do pectus falhar, com o uso da prótese, tem indicação a correção por cirurgia.