Vídeo-cápsula endoscópica
O que é?
A vídeo-cápsula endoscópica (ou enteroscopia por cápsula) é um procedimento simples, seguro e não invasivo que permite observar o intestino delgado de forma completa, através da ingestão de uma pequena cápsula com uma câmara incorporada.
Enquanto percorre naturalmente o tubo digestivo, a cápsula capta milhares de imagens que são transmitidas para um gravador portátil colocado na cintura. Este procedimento possibilita uma avaliação detalhada de uma zona do intestino que não é acessível pelas endoscopias convencionais.
Indicações
A enteroscopia por cápsula é utilizada no estudo do intestino delgado, nomeadamente em situações de:
- Hemorragia digestiva ou anemia sem causa identificada;
- Suspeita de doença de Crohn ou outras inflamações do intestino delgado;
- Avaliação de tumores ou pólipos;
- Esclarecimento de alterações observadas noutros exames (como TAC ou ressonância magnética).
Preparação
Para garantir boas imagens, é importante que o intestino esteja limpo.
Na maioria dos casos, basta jejum a partir da noite anterior e seguir as orientações específicas dadas pela equipa médica.
Pode manter a sua medicação habitual, exceto se for informado em contrário.
Metodologia
A cápsula é ingerida com água, sob supervisão de um profissional de saúde.
O procedimento decorre em regime de ambulatório, sem necessidade de anestesia ou internamento, e tem uma duração aproximada de 10 a 12 horas.
Durante o exame, pode realizar a maioria das suas atividades diárias habituais. No final do dia, deve regressar à Unidade para devolver o gravador, e as imagens são analisadas por um gastrenterologista.
A cápsula é eliminada naturalmente nas fezes, sem causar desconforto.
Após o procedimento
Após a ingestão da cápsula, deve evitar esforço físico intenso e não realizar exames de ressonância magnética até que a cápsula seja eliminada (habitualmente entre 1 a 2 dias).
As imagens são depois avaliadas por um gastrenterologista, que elabora o relatório final.
Riscos e Complicações
A enteroscopia por cápsula é um procedimento muito seguro.
A complicação mais rara é a retenção da cápsula num ponto de estreitamento do intestino, mais provável em pessoas com Doença de Crohn, cirurgias intestinais prévias ou estenoses conhecidas.