O que é?

A osteoartrose, ou simplesmente artrose, pode ser definida como uma doença articular resultante da falência de vários processos de reparação face a múltiplas agressões e lesões sofridas pela articulação. Isto é, ocorre quando a cartilagem que reveste a extremidade dos ossos se desgasta ao longo do tempo. Esta é um tecido firme e lubrificado que permite o movimento suave, sem fricção, das articulações. Na osteoartrose esta superfície torna-se irregular e áspera, aumentando a fricção, podendo evoluir até ao ponto em que os próprios ossos se movem em contacto direto.

Clinicamente há dor articular, rigidez e limitação da função.

Apesar de poder afetar qualquer articulação do corpo, atinge mais frequentemente as mãos, joelhos, ancas, ombros e coluna vertebral. 

A população em risco é constituída, sobretudo, por pessoas idosas, em particular do sexo feminino, com obesidade, que têm as articulações sujeitas a sobrecarga devido à profissão ou por motivos desportivos, que têm alterações anatómicas que afetam a normal biomecânica articular e os que sofrem de outras doenças articulares e ósseas, incluindo traumatismos.

É a forma mais comum de artrite, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.

Sintomas

Habitualmente os sintomas aparecem e evoluem lentamente, agravando progressivamente. Entre eles incluem-se:

  • Dor: com o movimento ou após este terminar
  • Tensão da articulação: muitas vezes por existência de derrame
  • Rigidez articular: mais marcada de manhã, após acordar
  • Perda de flexibilidade e da capacidade de mobilidade
  • Crepitação
  • Crescimento de esporões ósseos (bicos de papagaio) à volta da articulação, que pode ser palpável em zonas de pele mais fina (joelho ou dedos)

Causas

Não se conhece a sua causa exata mas parece desenvolver-se quando a reparação do tecido articular não se faz de modo correto. Geralmente afeta pessoas mais velhas, mas pode ocorrer em qualquer idade.

  • Fatores genéticos: algumas características genéticas aumentam o risco de desenvolver osteoartrose, podendo ocorrer em pessoas com menos de 20 anos
  • Trauma e uso excessivo:desportos, lesões traumáticas ou profissões com movimentos repetitivos de impacto.

Diagnóstico

A articulação deve ser cuidadosamente avaliada, nomeadamente os movimentos que provocam dor, manobras de alivio, deformidades visíveis ou palpáveis, bem como a presença de sinais inflamatórios. O RX permite o diagnóstico, podendo ser complementado pela tomografia computorizada ou ressonância magnética.

Tratamento

Uma vez presente, ela evolui gradualmente e não existe uma verdadeira cura. A manutenção de uma vida ativa, controlo do peso corporal e alguns tratamentos complementares podem atrasar a sua evolução, melhorar a dor e a função da articulação.

Na fase inicial podem ser prescritos analgésicos e anti-inflamatórios que, em conjunto com um plano adequado de fisioterapia, permitem o alívio da dor e melhoria da função articular. A injeção intra-articular de ácido hialurónico (viscossuplementação) pode aliviar os sintomas. Nos casos de falência do tratamento conservador, está indicada a cirurgia. Dependendo da articulação e do estado da doença estão disponíveis diferentes opções, como osteotomia (secção e realinhamento ósseo), artrodese (fusão ou união das superfícies articulares, impedindo o movimento) ou prótese (substituição ou artroplastia da articulação).

Prevenção

O exercício e o controlo do peso são fundamentais permitindo:

  • Manter a mobilidade e amplitude de movimento
  • Melhorar a força e o tónus muscular
  • Impedir o excesso de peso e a obesidade
  • Aumentar a massa muscular
  • Reduzir o stress
  • Diminuir o risco de outras condições, como doenças cardiovasculares

As diretrizes atuais recomendam a prática de desporto, de intensidade moderada, pelo menos 150 minutos por semana. O seu médico e o  fisioterapeuta pode ajudar a desenvolver um programa de exercícios adequados, de modo a evitar lesões. A natação é uma boa opção, já que não exerce pressão adicional nas articulações.

Fontes:

Medical News Today

Programa Nacional contra as Doenças Reumáticas – PNCDR