O que é?

A histerectomia consiste na remoção cirúrgica do útero. As mulheres que são submetidas a este procedimento deixam de menstruar, entrando na menopausa, e deixam também de poder engravidar. A cirurgia é realizada, mais frequentemente, em mulheres entre os 40 e os 50 anos.

Existem três tipos de histerectomia:

  • Total: consiste na remoção do útero e do colo do útero.
  • Supracervical: a parte superior do útero é removida, mas o colo do útero é conservado.
  • Radical: remoção do útero e colo do útero, bem como de estruturas circundantes, como parte da vagina e gânglios linfáticos.

 

Dependendo do motivo da cirurgia, a histerectomia pode ser associada à anexectomia, ou seja, a remoção dos ovários e trompas de Falópio.

 

Para quem está indicado

A histerectomia é realizada, por norma, como forma de tratamento cirúrgico de doenças que afetam o sistema reprodutor feminino e que não beneficiam de outra forma de tratamento médico:

  • Menorragia (menstruação com hemorragia intensa e prolongada)
  • Dor pélvica crónica
  • Miomas (tumor benigno que cresce no tecido do útero)
  • Endometriose
  • Pólipos uterinos recorrentes
  • Cancro dos ovários, do útero, do colo do útero ou das trompas de Falópio
  • Prolapso uterino (quando o útero desce para o canal vaginal devido ao enfraquecimento dos músculos), causando incontinência urinária
  • Adenomiose (crescimento do tecido endometrial no interior das paredes do útero)
  • Hiperplasia (aumento do número de células do útero)

 

Como é realizado o procedimento

A histerectomia demora cerca de uma a três horas, mas o tempo de cirurgia depende sempre do tamanho do útero, do estado físico da doente, de outras patologias prévias concomitantes e da possível necessidade de terem de ser removidos outros órgãos. Existem três vias cirúrgicas para a realização da histerectomia: laparotomia, laparoscopia ou via vaginal e a escolha da abordagem cirúrgica depende do motivo da cirurgia.

A laparotomia (ou histerectomia abdominal) consiste na remoção do útero a partir de uma incisão no abdómen. Este tipo de abordagem é mais comum em casos de cancro, quando o útero está aumentado ou quando também existe doença que se espalha noutras áreas pélvicas. Quando comparada à histerectomia por via vaginal ou à laparoscopia, a histerectomia abdominal implica um período de recuperação mais longo e está associada a um maior risco de complicações, como infeção, perda de sangue, risco de embolia pulmonar, etc.

No procedimento por via laparoscópica, um laparoscópio (um pequeno tubo com uma câmara de vídeo) é inserido no abdómen através de uma pequena incisão. Várias outras pequenas incisões são feitas para a inserção dos outros instrumentos cirúrgicos. O útero é removido através destas pequenas incisões feitas no abdómen ou através da vagina. A laparoscopia também pode ser por via robótica. Comparada à laparotomia, a laparoscopia implica menos tempo de recuperação e está associada a um menor risco de complicações.

A histerectomia por via vaginal é considerada a abordagem preferencial, já que é a menos invasiva e a que tem um período de recuperação mais curto e menos risco de complicações. Neste procedimento, o útero é removido através de uma incisão na parte superior da vagina.

 

Recuperação e complicações

A histerectomia oferece uma maior qualidade de vida às mulheres que sofrem de condições que afetam de forma definitiva o sistema reprodutor, contudo, não é reversível, o período de recuperação é longo (entre quatro a seis semanas) e, como qualquer outra cirurgia, comporta riscos e efeitos secundários, como:

  • Trombose (coágulos sanguíneos)
  • Infeção
  • Perda de sangue
  • Oclusão intestinal
  • Lesão do trato urinário
  • Reação adversa à anestesia
  • Incontinência
  • Diminuição da libido
  • Prolapso vaginal

 

O que esperar depois de uma histerectomia

A histerectomia altera de forma permanente alguns aspetos da vida da mulher. Além de deixar de menstruar, a paciente pode entrar mais cedo do que o normal na menopausa, caso os ovários também sejam removidos (menopausa cirúrgica). Habitualmente, a vida sexual da mulher não é afetada, podendo até melhorar.

Fontes:

CHUC, novembro de 2022

Cleveland Clinic, novembro de 2022

Hopkins Medicine, novembro de 2022

Mayo Clinic, novembro de 2022

NHS, novembro de 2022

The American College of Obstetricians and Gynecologists, novembro de 2022

Women’s Health, novembro de 2022