COVID-19: Conselhos para as pessoas com doença oncológica

Com o aumento do número de pessoas infetadas em Portugal por COVID-19, é importante que os doentes oncológicos e os seus cuidadores saibam que medidas podem adotar para melhor se protegerem.

Neste momento, a Organização Mundial de Saúde decretou o estado de pandemia.

 

Caso suspeito é:

- Doente com infeção respiratória aguda (início súbito de febre (>37,5) ou tosse ou dificuldade respiratória), sem outra causa que explique o quadro + História de viagem ou residência em áreas com transmissão comunitária ativa, nos 14 dias antes do início de sintomas;

OU

- Doente com infeção respiratória aguda + Contacto com caso confirmado ou provável de infeção por SARS-CoV-2 ou COVID-19, nos 14 dias antes do início dos sintomas;

OU

- Doente com infeção respiratória aguda grave, requerendo hospitalização, sem outra causa.

 

Quais são os sintomas do Coronavírus e como pode surgir?

Os sintomas reportados por doentes infetados com o COVID-19 são habitualmente tossefebre, dores musculares e dores de cabeça, sensação de fraqueza generalizada e/ou falta de ar.

As complicações como pneumonia e bronquite têm surgido sobretudo em doentes idosos ou com outras doenças crónicas que diminuem o seu sistema imunitário, como é o caso da doença oncológica com respetivos tratamentos associados.

 

Precauções especiais para o doente oncológico

Não existe vacina, pelo que a prevenção passa por evitar a exposição a este vírus.

Mantenha-se informado. Consulte as informações da Direção Geral de Saúde ou fale com a sua equipa de saúde da oncologia.

 

As pessoas com cancro e as pessoas em tratamento oncológico ativo têm maiores riscos, sobretudo:

  • Pessoas em tratamento de quimioterapia, ou que fizeram tratamento nos últimos 3 meses;
  • Pessoas em tratamento de imunoterapia, ou outras terapêuticas dirigidas;
  • Pessoas em tratamento de radioterapia, sobretudo para cancro do pulmão;
  • Pessoas que realizaram, recentemente, cirurgias oncológicas radicais (como, por exemplo, a tumores localizados no pulmão);
  • Pessoas que realizaram transplante de medula óssea ou de células estaminais no último ano, ou que ainda estejam sob terapêutica imunossupressora;
  • Pessoas com determinadas doenças hemato-oncológicas, mesmo que não estejam em tratamento (como, por exemplo, leucemia crónica, linfoma ou mieloma).

 

A maioria das indicações é muito semelhante às da população em geral:

  • lave frequentemente as mãos com água e sabão (a lavagem deve durar, pelo menos, 20 segundos);
  • evite tocar na face;
  • adote medidas de etiqueta respiratória:
    • tape o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o cotovelo, nunca com as mãos). Se utilizar um lenço, deite-o fora imediatamente;
  • cumpra a restrição social: 
    • saia de casa apenas para fazer o essencial;
    • evite o contacto com muitas pessoas, restrinja-se ao seu agregado familiar;
    • tente assegurar 1 metro de distância, se possível 2 metros, entre pessoas;
    • fale com a sua equipa de saúde para tentar minimizar as suas idas ao hospital (por exemplo, fazendo consulta e tratamento no mesmo dia);
    • os doentes oncológicos devem, por serem pessoas de risco, utilizar uma máscara cirúrgica sempre que saírem de casa;
  • esteja atento aos sinais e sintomas suspeitos e, se apresentar algum, contacte a Linha Saúde 24 ou, se estiver a fazer tratamento oncológico, contacte a sua equipa de saúde de oncologia: não se dirija ao hospital sem receber essa indicação;
  • confirme se necessita pedir receitas médicas e se tem a sua medicação habitual, ou de SOS, em número suficiente em casa para um mês;
  • durma bem: a falta de sono pode enfraquecer o sistema imunitário;
  • alimente-se bem: inclua frutas e vegetais mas suas refeições. Não há evidência do papel dos suplementos vitamínicos no combate ao COVID-19;
  • mantenha-se ativo: tente praticar atividade física em casa.

 

As pessoas com doença oncológica que não estão em tratamento ativo e os sobreviventes de cancro devem informar-se junto da equipa de saúde sobre a possibilidade de adiar a consulta de rotina, de forma a minimizar as idas ao hospital, ou poder realizar uma teleconsulta.

Se não apresentarem sintomas por COVID-19, as pessoas em tratamento ativo devem continuar o seu tratamento, salvo indicação médica em contrário.

Poderá receber contactos, por parte da sua equipa de oncologia, para alterar o dia da sua consulta ou tratamento. As equipas estão a trabalhar para garantir a segurança de todos os doentes e assegurar a realização dos tratamentos.

A sua equipa de oncologia também lhe poderá telefonar para realizar um questionário de rastreio e/ou uma consulta por telefone. Responda com honestidade e não oculte sintomas.

 

O que deve um doente oncológico fazer se suspeitar de infeção por COVID-19?

Contacte a sua equipa de saúde se tem febre (>37,5) ou tosse ou dificuldade respiratória, sobretudo se reside ou regressou de uma zona afetada ou se esteve em contacto com um caso confirmado de COVID-19.

Se estiver a fazer tratamento oncológico contacte a sua equipa de saúde se souber que esteve em contacto com um caso confirmado de COVID-19.

Se estiver a fazer tratamento oncológico e tiver febre (>37,5) ou sintomas respiratórios contacte a sua equipa de saúde de oncologia.

Telefone sempre primeiro e aguarde as indicações da sua equipa de oncologia. Não se desloque ao hospital sem obter essa indicação por parte da equipa de oncologia.

 

Proteja-se e conte sempre com a sua equipa de saúde.

 

Esta informação poderá sofrer alterações e será atualizada conforme diretrizes nacionais.