A Unidade de Reabilitação Cardíaca do Hospital CUF Tejo tem como objetivo melhorar a Saúde cardiovascular e global de vários tipos de doentes cardíacos, através de um programa que inclui treino físico, ensino, apoio psicológico e nutricional.

O treino físico, é individualizado, prescrito por médicos especialistas e está desenhado para melhorar a condição física, o controlo dos fatores de risco cardiovasculares e diminuir os sintomas associados à doença cardíaca, a sua progressão e a possibilidade de recaídas.

O ensino visa aumentar o conhecimento da doença e apoiar a tomada de decisões saudáveis em termos nutricionais, de estilo de vida e de adesão à terapêutica. Destina-se aos doentes e aos seus cuidadores e concretiza-se através de sessões presenciais ou remotas, e, em intervenções informais, realizadas pelos membros da equipa terapêutica.

O programa destina-se a vários grupos de doentes com patologia cardíaca, em situação clínica estável:

• Doença das artérias coronárias (angina crónica estável ou após enfarte do miocárdio, submetida ou não a revascularização).
• Insuficiência cardíaca crónica (função sistólica reduzida e preservada), com ou sem dispositivos de eletrofisiologia (pacemker, CDI e/ou CRT).
• Após intervenção percutânea nas válvulas cardíacas.
• Cirurgia cardíaca coronária (bypass), da aorta, valvular, cardiopatia congénita ou transplante cardíaco recentes.
• Outros grupos: arteriopatia periférica, cardio-oncologia e portadores de fatores de risco múltiplos que pretendam iniciar um programa de exercício.

A Unidade tem uma equipa multidisciplinar que inclui médicos com diferentes formações (Cardiologia, Medicina Física e de Reabilitação, Medicina Desportiva, Psiquiatria) e outros profissionais de Saúde como fisioterapeutas, enfermeiros de reabilitação, nutricionistas e psicólogo.

O programa inicia-se por consultas de Reabilitação Cardíaca nas áreas de Cardiologia e de Medicina Física e Reabilitação, para avaliação da Saúde cardiovascular e musculoesquelética e para a prescrição individualizada e adaptada do programa de exercício.

Esta avaliação consiste numa apreciação clínica integrada do estado do doente e em exames complementares, onde se inclui uma prova de esforço cardiorrespiratória para avaliar a capacidade funcional, a adequação da resposta da pulsação e da pressão arterial ao exercício físico, o diagnóstico ou exclusão da presença de insuficiência de irrigação do coração (isquemia) ou de arritmias significativas desencadeadas pelo esforço e ainda para definir as zonas de treino.

A duração média do programa de treino é de 24 sessões, embora podendo variar entre 4 e 72, em função do quadro clínico, da capacidade funcional e dos hábitos de atividade física do participante. As sessões têm cerca de 60 minutos de duração e envolvem treino aeróbio, da força muscular, da flexibilidade e da coordenação. São ministradas e vigiadas presencialmente por fisioterapeuta e enfermeiro (a) de reabilitação, sob prescrição e supervisão médica, com monitorização contínua de eletrocardiograma (telemetria) e de diferentes parâmetros (pressão arterial, frequência cardíaca, sensação subjetiva de esforço, saturação de oxigénio). Semanalmente serão avaliados o peso corporal e o perímetro abdominal. O número máximo de participantes por classe é de 4.

As sessões de ensino terão temas como:

• O que é e como se manifesta a aterosclerose no coração e nas outras artérias do organismo?
• Diferentes formas clínicas da doença cardíaca.
• Fatores de risco para doença cardiovascular.
• Medicação cardiovascular: objetivos terapêuticos e potencias efeitos adversos.
• Qual é o tipo de alimentação saudável?
• O que posso (voltar a) fazer ou quando posso retomar as minhas atividades habituais após a doença aguda?
• Que hábitos de exercício físico devo manter ao longo da vida? Riscos e benefícios.
• Como reconhecer e atuar em situações de emergência: sinais de alarme, como devo atuar, onde e como recorrer?

Benefícios esperados para os participantes com boa assiduidade e adesão ao estilo de vida saudável?

• Aumento da longevidade, da capacidade física e da qualidade de vida.
• Diminuição dos sintomas associados ao esforço.
• Melhoria do controlo dos fatores de risco cardiovascular.
• Adesão a longo prazo à medicação cardioprotetora.
• Manutenção de um estilo de vida saudável, com menor stress psicológico, alimentação saudável, atividade física e sono adequado.
• Melhoria da capacidade de auto-cuidado e do conhecimento da doença.