Mantenha o cérebro ativo

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Cérebro e saúde mental
Prevenção e bem-estar
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O declínio da memória é um fenómeno natural do envelhecimento. No entanto, existem estratégias que permitem manter o cérebro ativo. Saiba o que tem de fazer.

É um facto: o nosso desempenho cognitivo costuma ressentir-se com o passar dos anos, comprometendo, por exemplo, a nossa capacidade de memória. Contudo, a boa notícia é que existem diversas formas de contrariar esse fenómeno. Basta implementar algumas estratégias simples - e fazê-lo desde cedo - para manter o seu cérebro ativo.

 

O que dizem os estudos

Um estilo saudável é um aliado que nos permite preservar as capacidades cerebrais e, inclusive, prevenir vários tipos de demência. Neste contexto, uma dieta equilibrada e variada, em que os vegetais e a fruta estejam presentes e que seja pobre em sal, gorduras saturadas e açúcar, promove o bom funcionamento do cérebro.

Uma pesquisa publicada recentemente na revista científica Neurology, que envolveu mais de 17.000 pessoas saudáveis cuja média de idades rondava os 64 anos, apurou que a Dieta Mediterrânica (rica em peixe, vegetais e azeite e pobre em gorduras saturadas) reduzia, em 19%, o risco de problemas de memória.

 

Poder antioxidante

Um estudo norteamericano verificou que um grupo de idosos com algumas perdas de memória que consumiu, ao longo de 60 dias, dois copos e meio de sumo de mirtilos por dia, demonstrou melhores resultados em testes de memória do que o grupo de idosos que não bebeu o sumo. Os mirtilos são uma fonte privilegiada de substâncias antioxidantes, as quais se crê exercerem um efeito protetor em relação a determinadas patologias.

Os ácidos gordos ómega-3, que se encontram em abundância no salmão, sardinha ou nozes são também uma classe de antioxidantes que deve integrar nos seus menus.

 

O papel da atividade física

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Proceedings of the National Academy of Sciences, praticar exercício físico contribui para o aumento do volume do hipocampo (zona cerebral que é a principal estimuladora da memória e cujo volume costuma diminuir com o avançar dos anos).

A atividade física é detentora, igualmente, da capacidade de atenuar o stress – que, por sua vez, quando se manifesta de forma continuada, afeta a concentração, a memória e o rendimento intelectual. Aprender meditação ou fazer ioga ou pilates pode também ser uma solução eficaz para gerir o stress.

 

Estimular o cérebro

Nunca é demasiado tarde para estimular o cérebro e exercitá-lo diariamente pode fazer a diferença:

  • Aprenda uma língua ou arranje um novo hobby
  • Experimente atividades diferentes, faça puzzles ou torne-se um “às” em palavras cruzadas, no jogo Scrabble ou no Sudoku
  • Ouça música, aprenda a tocar um instrumento musical ou dance: qualquer uma destas atividades estimula o cérebro
  • Ensine os outros. Esta é uma ótima forma de reter informação – tem de a saber suficientemente bem de modo a conseguir explicá-la eficientemente
  • Esteja consciente do que se passa à sua volta: ouça o barulho da água enquanto toma banho ou saboreie o leite que bebe ao pequeno-almoço
  • Diga piadas. Esta é uma excelente forma de desafiar o cérebro, tal como ensinar. O sentido de humor pode ter efeitos muito positivos na memória
  • Em vez de escrever uma lista de tarefas, visualize-a mentalmente, como se fosse uma imagem. A partir daí construa ramos, subcategorias, etc. Este exercício trabalha a imaginação e obriga-o a associar ideias e outras imagens

 

Devo consultar um neurologista?

Quando as perturbações de memória interferem nas atividades diárias de alguém, afetando a sua autonomia, pode significar que estamos perante um tipo de declínio mais preocupante do que a perda de memória associada ao avançar dos anos e é motivo para marcar uma consulta de Neurologia. Entre os principais sinais de alarme destacam-se:

  • Esquecimento de parte ou totalidade de um acontecimento
  • Perder gradualmente a capacidade de seguir indicações por escrito ou verbais ou de acompanhar o enredo de uma série ou filme
  • Não conseguir lembrar-se do que almoçou/jantou nesse dia
  • Perder gradualmente a capacidade de se vestir ou tomar banho autonomamente
  • Ter dificuldade em manter uma conversa, perdendo a linha de raciocínio ou não se lembrando de palavras
  • Perder gradualmente a capacidade de tomar decisões e de gerir o dinheiro
Publicado a 07/08/2013
Doenças