O que é?

Exame de diagnóstico concebido para visualizar a circulação de um determinado local do organismo, com o propósito de identificar potenciais alterações ou lesões que expliquem um quadro clínico e oferecer potenciais soluções terapêuticas.

 

Os vasos sanguíneos não são visíveis em exames convencionais e, por isso, torna-se necessária a administração de uma substância de contraste ou de um corante que permita a sua visualização.

Vantagens e benefícios

Além de permitir avaliar o padrão de circulação de um determinado órgão, este exame tem ainda a vantagem de ser dinâmico (se as imagens forem obtidas à medida que a substância é administrada é possível avaliar a velocidade da circulação, o seu padrão de distribuição, a sua simetria e todas essas informações podem ser extremamente relevantes).

 

Alguns dos órgãos mais frequentemente estudados pela angiografia são a retina, o coração e o cérebro.

 

Este exame pode ainda ser conjugado com outros, como a ressonância magnética ou a tomografia computorizada e, desse modo, as imagens da circulação são integradas com as imagens do próprio órgão permitindo a obtenção de ainda mais elementos de diagnóstico.

 

Em alguns casos, o momento da realização da angiografia pode ser aproveitado para se instituírem medidas terapêuticas, como uma angioplastia (dilatação de um vaso sanguíneo estreitado), remoção de um coágulo ou colocação de uma rede dentro do vaso de modo a mantê-lo aberto e funcionante.

Metodologia

 

A angiografia é realizada, de um modo geral, em ambiente hospitalar mas não requer internamento embora, em alguns casos, seja recomendável passar uma noite no hospital.

 

O procedimento demora entre 30 minutos a 2 horas e é realizado sob anestesia local ou sedação. No caso de crianças ou em casos mais complexos, pode ser necessária anestesia geral.

 

Neste método, um tubo muito fino e flexível é inserido numa artéria, habitualmente na virilha, e é gradualmente dirigido para as áreas a examinar. Esse movimento é controlado por um médico radiologista.

 

Uma vez localizado na área a estudar, é injetada uma substância de contraste e é realizada uma série de imagens radiográficas.

 

No caso da angiografia realizada em Oftalmologia, o corante é introduzido numa veia do braço e injetado lentamente. Ao longo dessa injeção são realizadas fotografias aos olhos previamente dilatados. Aqui não é necessário utilizar radiação.

 

Para cada tipo de angiografia e em função das características clínicas de cada paciente, a preparação para este exame deverá ser sempre ajustada.

Indicações

 

No âmbito da Oftalmologia, a angiografia permite avaliar doenças com a degenerescência macular e a retinopatia diabética.

 

Outras doenças onde a angiografia é importante são os acidentes vasculares cerebrais, os enfartes do miocárdio, a gangrena e a falência de órgãos.

Cuidados a ter

 

Pode ser necessário interromper alguns medicamentos em curso antes da realização da angiografia, nomeadamente a aspirina ou outros medicamentos que interfiram com a coagulação do sangue, de modo a reduzir o risco de complicações. Essa interrupção deve ocorrer entre as 72 horas antes do exame e as 24 horas após a sua realização.

 

A restante medicação pode ser mantida.

 

A angiografia é um procedimento seguro e indolor, apresentado um risco reduzido de complicações.

 

Pode ocorrer a formação de uma equimose no local da injeção e é importante avaliar a probabilidade de reação alérgica à substância injetada.

 

Mais raramente pode ocorrer hemorragia ou formação de hematoma no local da injeção, infeção local ou uma reação alérgica ligeira. Estes diversos problemas são, como regra, facilmente controláveis e tratáveis.

 

Ainda mais raramente, a angiografia pode associar-se a risco de lesão renal, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, reação alérgica grave ou morte.

 

De qualquer modo, os benefícios da angiografia ultrapassam em muito os seus potenciais riscos.
 

Fontes

NHS Choices, Fev. 2013

Society of Interventional Radiology, 2013

Cleveland Clinic, Jan. 2009