O que são os eritrócitos e para que servem?

Prevenção e bem-estar
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Os eritrócitos são a célula em maior percentagem no sangue e também são chamados hemácia ou glóbulo vermelho.

Os eritrócitos, hemácias ou glóbulos vermelhos são uma das células constituintes do sangue, tal como as plaquetas e glóbulos brancos. Contêm a hemoglobina, a proteína que se liga ao oxigénio para o transportar desde os pulmões até aos tecidos e órgãos, pela corrente sanguínea. No decorrer das suas funções, os órgãos e tecidos consomem oxigénio e produzem dióxido de carbono, que é também transportado pelos glóbulos vermelhos até aos pulmões e, posteriormente, expirado.

 

Como são os eritrócitos?

Ao contrário da maioria das células (e como acontece, por exemplo, com os glóbulos brancos), as hemácias não têm núcleo celular. Isto dá-lhes alguma plasticidade na forma e significa que se podem mover pela corrente sanguínea com mais facilidade. Em geral, mantêm uma forma arredondada e ligeiramente achatada no centro.

O seu principal componente é a hemoglobina. É esta proteína que lhes dá a cor vermelha e, por sua vez, ao sangue, pois os glóbulos vermelhos representam 40% do sangue.

 

Onde se formam os eritrócitos?

Como a maioria das células no corpo humano, os eritrócitos são produzidos na medula óssea sob o comando da hormona eritropoetina e com a ajuda de micronutrientes essenciais a esta função, como o ferro e as vitaminas B12 e B9.

As hemácias têm um tempo de vida relativamente curto, quando comparado com o de outras células: 120 dias. Ao longo deste tempo, vão perdendo as suas membranas celulares e acabam por ser eliminadas pelo baço e fígado.

 

Que doenças estão associadas aos eritrócitos?

A alteração dos níveis de eritrócitos pode resultar em doenças ou ser causado por doenças. Quando os níveis de glóbulos vermelhos estão abaixo do ideal, verifica-se anemia: o sangue não transporta a quantidade de oxigénio conveniente e pode surgir cansaço. Entre outras causas, a falta de glóbulos vermelhos pode resultar de diminuição da produção ou excesso de consumo, por exemplo devido a:

  • Diminuição do sangue no corpo: anemia, défice de ferro, hemorragias, etc.
  • Cancro: alguns tumores e tratamentos oncológicos podem afetar a produção de hemácias.

 

Quando, pelo contrário, os níveis de glóbulos vermelhos são muito elevados podemos estar perante uma situação de policitemia: os eritrócitos aumentam e o sangue torna-se mais espesso podendo levar a complicações cardiovasculares como o enfarte agudo do miocárdio. Isto pode estar associado a:

  • Doença sanguínea congénita
  • Doença pulmonar como fibrose pulmonar, enfisema pulmonar ou doença pulmonar obstrutiva crónica e situações de hipóxia (os níveis de oxigénio no sangue são baixos, estimulando a hiperprodução de glóbulos vermelhos).
  • Tabagismo

 

Qual a quantidade ideal de eritrócitos?

Os níveis ideais de glóbulos vermelhos dependem do sexo e da idade. Em termos gerais:

  • Crianças: entre 4.0 e 5.5 milhões de eritrócitos por microlitro de sangue
  • Homens: 4.7 a 6.1 milhões de eritrócitos por microlitro de sangue
  • Mulheres: 4.2 a 5.4 milhões de eritrócitos por microlitro de sangue

 

Que análises se podem fazer aos eritrócitos?

O hemograma é a análise ao sangue é possível analisar os níveis de glóbulos vermelhos presentes no sangue, tal como os de outros componentes da corrente sanguínea.

 

Que fatores de risco podem afetar os níveis de eritrócitos?

Há alguns fatores mais frequentemente relacionados com o estilo de vida, como uma alimentação desequilibrada, fraca em ferro e vitaminas, ou o facto de se ser fumador, que podem afetar a produção e os níveis de hemácias no sangue. O uso de esteroides anabolizantes pode ter o mesmo efeito.

 

Como manter um bom nível de eritrócitos?

Além do tratamento de possíveis doenças associadas, uma alimentação saudável é essencial, com alimentos ricos em minerais como o ferro e vitaminas B9 e B12. Estes alimentos incluem o peixe, carne vermelha, leguminosas como as lentilhas e o feijão, vegetais como a couve ou os espinafres e oleaginosas.

Fontes:

Cleveland Clinic, agosto de 2022

Mayo Clinic, agosto de 2022

Manual MSD, agosto de 2022

National Cancer Institute, agosto de 2022

Publicado a 02/11/2022