Como manter a calma durante a vacinação

Bebés e crianças
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As vacinas são uma importante medida de prevenção de doenças, mas podem ser motivo de angústia para os mais novos. Aprenda a tranquilizar o seu filho.

As vacinas são muito importantes para a prevenção das mais variadas doenças e salvam vidas. Contudo, é natural que os bebés e as crianças, sobretudo as mais novas, não consigam ter essa perceção, encarando este momento como algo assustador. Acima de tudo, é importante ter em consideração que os benefícios da vacinação fazem com que o eventual transtorno causado pela sua administração valha a pena.

Existem algumas estratégias que os pais podem colocar em prática em conjunto com os seus filhos de modo a que a vacinação seja um momento menos doloroso e stressante, tanto para a criança como para os cuidadores. Fique a conhecê-las.



Bebé

  • Amamentar o bebé durante a vacinação é uma estratégia que, por si só, pode ser eficaz não só a distraí-lo, como a mantê-lo calmo e relaxado. Além de o contacto entre a mãe e o bebé ser reconfortante para a criança, o leite materno também é ligeiramente doce, o que pode ajudar a reduzir a dor causada pela vacina.
  • Conter de forma suave os movimentos do bebé.
  • Dar colo, ao mesmo tempo que distrai a criança com um brinquedo, livro ou canção.
  • Colocar música, como white noise.
  • Cantar para o bebé.
  • Falar com o bebé, que, mesmo que não compreenda aquilo que a mãe ou o pai estão a dizer, pode sentir-se mais calmo pelo simples facto de ouvir a sua voz. É por isso que é tão importante que os progenitores se mantenham calmos durante todo o processo - antes, durante e até mesmo após a vacinação. As crianças conseguem perceber quando é que os pais manifestam ansiedade, podendo elas próprias ficar ansiosas.
  • Promover um ambiente acolhedor.
  • Oferecer mimo.

 

Criança

  • Explicar o procedimento, falando de forma honesta e tranquila. É também importante utilizar linguagem simples, adaptada à idade da criança. Pode também substituir termos que possam ser mais assustadores, como “dor” ou “injeção”, por outros mais neutros, como “pressão” e “beliscão”, criando também uma narrativa positiva. Por exemplo, explicar-lhe que tem a oportunidade de ir ao médico e tomar um medicamento que a vai ajudar a manter-se saudável. Além disso, diga-lhe que vai sentir uma picada durante alguns segundos, mas que passa rápido.
  • Brincar.
  • Levar um brinquedo ou outro objeto terapêutico, como uma manta ou até um livro. Esta estratégia ajuda a que esteja focada nalguma coisa que considere agradável e não tanto no ato de vacinação. Mas não se esqueça: fale com o médico assistente da criança antes de levar objetos para o gabinete de consulta.
  • Fazer uma atividade que distraia a criança, como mostrar-lhe vídeos ou jogar no telemóvel, cantar ou contar números ou histórias.
  • Promover a expressão de emoções, como o choro.
  • Solicitar ao enfermeiro a aplicação de frio ou vibração no local da vacina. Sabia que a vibração pode evitar que os sinais nervosos de dor cheguem ao nosso cérebro? Basta aplicar um instrumento que vibra imediatamente acima da zona da injeção.
  • Oferecer colo ou segurar-lhe na mão durante a administração da vacina.
  • Com crianças mais velhas, praticar exercícios de respiração. Respirem fundo em conjunto, como que a expirar a sensação de dor, imaginando que ela está a sair do corpo.

 

Adolescente

  • Explicar o procedimento e por que motivo precisa de levar a vacina, referindo que nos protege de doenças e nos mantém saudáveis. Pode até usar termos mais complexos, explicando que ajuda o nosso corpo a ganhar imunidade contra infeções e que pode ser uma forma de proteger também a comunidade, devido à imunidade de grupo.
  • Dar espaço para conversar, permitindo que manifeste os seus receios. Mostre-se também compreensivo, uma medida que é especialmente relevante quando o adolescente já está nervoso ou ansioso. Por outro lado, é importante não desvalorizar aquilo que ele está a sentir.
  • Fazer atividades que o mantenham distraído, como ouvir música, jogar um jogo ou ver vídeos no telemóvel.
  • Evocar imagens e momentos reconfortantes.
  • Solicitar ao enfermeiro a aplicação de frio ou vibração no local a vacinar.

 

Depois da vacina

Para que o bebé, a criança ou o adolescente associe a vacinação a uma experiência/memória positiva, ofereça-lhe uma recompensa pela coragem depois da sua administração. Além de um elogio, pode ser, por exemplo, um autocolante ou mesmo uma atividade divertida, como uma ida ao parque.

 

Atenção!

Em caso de efeitos secundários da vacinação, como dor no local, febre ou mal-estar, fale com os profissionais de saúde, que poderão recomendar algumas medidas, como medicação (paracetamol) e colocação de gelo local, para alívio dos sintomas.

Fontes:

Grupo de Enfermagem Pediátrica do Hospital CUF Descobertas

Centers for Disease Control and Prevention, abril de 2022

Cleveland Clinic, abril de 2022

HealthyChildren.org, abril de 2022

KidsHealth, abril de 2022

 

Publicado a 21/04/2022