COVID-19: Como escolher uma máscara de proteção segura

COVID-19
Prevenção e bem-estar
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Nem todas as máscaras conferem o mesmo nível de proteção ou servem para as mesmas situações. Conheça aqui os vários tipos de máscaras e faça uma boa escolha.

Tal como a correta higienização das mãos e o distanciamento social, o uso de máscara é uma medida fundamental para a proteção contra a COVID-19, especialmente quando temos de sair de casa. Por exemplo, se está num espaço fechado com outras pessoas ou até na via pública e não consegue manter o distanciamento social das outras pessoas, deve usar máscara. O seu uso é obrigatório a partir dos 10 anos.

Caso esteja infetado com COVID-19 e ainda não o saiba (pode estar assintomático), o uso de máscara vai ajudar a evitar que contamine outras pessoas através de gotículas respiratórias. Este gesto também vai ajudar a evitar que vírus e outros microorganismos entrem no seu organismo através do nariz ou boca pelo contacto com gotículas de outras pessoas.

Existem vários tipos de máscaras de proteção contra a COVID-19, contudo nem todas se destinam às mesmas pessoas ou situações. Conheça as diferentes opções disponíveis e saiba qual delas melhor se adequa ao seu caso.

 

Respiradores FFP2

São máscaras de proteção destinadas a profissionais de saúde e são muito eficazes na proteção contra gotículas respiratórias que possam estar presentes no ar. Têm a vantagem de proteger tanto das gotículas grandes como das mais pequenas.

Os respiradores FFP2 são cuidadosamente fabricados de modo a selar o rosto - mais precisamente o nariz e a boca - do contacto com o exterior. Para isso, os profissionais de saúde que os utilizam fazem vários testes para garantir que escolhem o modelo mais adequado ao seu rosto. Este serviço não está disponível para o público em geral.

 

Máscaras cirúrgicas

As máscaras de proteção cirúrgicas são descartáveis e são habitualmente usadas por profissionais de saúde durante a realização de cirurgias ou outros procedimentos médicos. Contudo, desde o início da pandemia é comum vê-las também nos rostos de quem passa na rua ou no supermercado.

Os materiais utilizados no seu fabrico podem ser papel e plástico e costumam ser azuis.

Embora não sejam completamente justas ao rosto, as máscaras cirúrgicas são resistentes a fluidos e oferecem alguma proteção contra gotículas respiratórias de maiores dimensões, provenientes por exemplo de espirros e tosse.

Este tipo de máscara serve primeiramente para evitar que a pessoa que a está a usar infete outras pessoas caso seja portadora de COVID-19.

 

Máscaras de tecido / máscaras comunitárias

Para as pessoas que não trabalham com doentes (por exemplo, em hospitais e clínicas), as máscaras de tecido são a melhor opção.

As múltiplas camadas de tecido utilizadas nestas máscaras de proteção criam uma barreira entre o nariz e a boca com o exterior, contendo as gotículas respiratórias que se formam durante a respiração. Quanto mais grossa a máscara, maior a barreira.

Uma das grandes vantagens deste tipo de máscara prende-se com o facto de poder ser usada várias vezes, devendo ser lavada entre cada utilização.

Embora sejam reutilizáveis, as regras de utilização são as mesmas que as das máscaras cirúrgicas: devem ser substituídas a cada 4h de uso contínuo ou se estiverem húmidas.

Siga as indicações presentes na embalagem acerca dos cuidados de lavagem, secagem, conservação, manutenção e, muito importante, acerca do número de vezes que a máscara pode ser utilizada com eficácia assegurada.

 

Como escolher uma máscara de proteção segura

Na hora de comprar, há alguns aspetos a ter em consideração de modo a garantir que está a fazer uma escolha segura, por exemplo, no que toca às suas características e composição.

Esteja atento à embalagem da sua máscara e procure o selo que indica que foi testada por laboratórios próprios para esse fim, como, por exemplo:

  • CITEVE (Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário)
  • Equilibrium
  • ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade)

 

As máscaras podem ter uma proteção de:

  • Nível 1: destinadas à utilização por profissionais de saúde.
  • Nível 2: com um mínimo de filtração de 90% e indicadas, por exemplo, para profissionais que não pertencem à área da saúde, mas que têm contacto frequente com o público.
  • Nível 3: com um mínimo de 70% de filtração e indicadas para contactos menos frequentes. O seu principal objetivo é a promoção da proteção de grupo.

 

As máscaras cirúrgicas devem conter a marcação CE na embalagem.

 

Lenços e cachecóis não são eficazes

O uso de cachecóis ou de lenços em redor do rosto não confere o mesmo grau de proteção contra a COVID-19 que uma máscara. Uma máscara de qualidade tem uma camada dupla ou tripla de um tecido respirável e lavável que evita que a pessoa que a está a usar espalhe no ar gotículas potencialmente infetadas.

 

Sabia que…

Máscaras com válvulas podem deixar escapar algumas gotículas para o exterior da máscara, não sendo por isso a melhor opção.

 

“Posso fazer a minha máscara de proteção em casa?”

A melhor forma de ter a certeza de que a máscara que está a utilizar lhe confere um nível de proteção adequado e seguro é optando pelas máscaras testadas em laboratórios. Isto não acontece nas máscaras caseiras, além de que estas correm ainda o risco de ter problemas a nível de design (por exemplo, não estão adaptadas ao rosto, não cobrindo de forma segura toda a boca e nariz ou não estando justas à cara) e podem dificultar a respiração.

Algumas das máscaras feitas em casa utilizam filtros que não oferecem garantias de proteção.

 

Máscaras com filtro: sim ou não?

Algumas máscaras de proteção contra a COVID-19 incluem um espaço onde se pode colocar um filtro. Mas as únicas máscaras próprias para proteção do novo coronavírus que incluem filtros profissionais são respiradores como os FFP2.

Há quem utilize filtros de café ou sacos de aspirador dobrados na tentativa de conferir proteção adicional às máscaras. Contudo, não existem evidências que comprovem a sua eficácia. Filtros caseiros podem até dificultar a respiração durante o uso da máscara.

Trocar os filtros pode também contribuir para um maior risco de contágio por dois motivos: pelo contacto com a máscara, que pode ter a sua superfície contaminada pelo SARS-CoV-2, e porque pode levar a que as pessoas a utilizem durante um período de tempo mais prolongado que o recomendável.

Em vez de se focar no facto de a máscara ter ou não um filtro, certifique-se antes de que é feita com várias camadas de tecido, está bem ajustada ao seu rosto e que cobre o nariz e boca na totalidade.

 

Viseiras: quando usar

Antes da pandemia, as viseiras eram habitualmente utilizadas apenas por profissionais de saúde que realizassem procedimentos em que pudessem salpicar gotículas de fluídos corporais. Como, por exemplo, no caso dos higienistas orais.

Pessoas do público em geral, que mantêm o distanciamento de dois metros e usam máscara, não precisam de usar viseira. Estas podem ser utilizadas para oferecer uma proteção extra quando ocorre uma proximidade mais frequente de outras pessoas.

Contudo, é importante salvaguardar que a viseira não oferece o mesmo grau de proteção que uma máscara, pois não atua como barreira de gotículas respiratórias, que podem passar em volta da viseira. Isto significa que o uso de viseira deve ser sempre feito em simultâneo com uma máscara.

Publicado a 12/01/2021