A otosclerose é uma causa frequente de surdez. Ocorre mais frequentemente no sexo feminino entre os 20 e os 40 anos. Começa normalmente num dos ouvidos mas, em mais de 80% dos casos, acaba por ter envolvimento bilateral. Trata-se de uma doença hereditária pelo que se deve investigar sempre a história familiar uma vez que em mais de metade dos casos há uma história de perda auditiva na família.

 

Pode causar diferentes tipos de perda auditiva dependente da estrutura do ouvido afetada. Em geral o ossículo afetado é o estribo, sendo que o osso anormal fixa o estribo à janela oval interferindo com a transmissão da onda sonora para o ouvido interno.

 

Do ponto de vista clínico há uma diminuição da audição progressiva e em geral bilateral. Em muitas situações há também queixas de zumbidos frequentes e de uma audição melhor em ambientes ruidosos.

 

O diagnóstico é feito através de uma história clínica cuidadosa, observação clínica e exames audiológicos completos. A tomografia computorizada pode servir para confirmar o diagnóstico.

 

O tratamento deve ser discutido caso a caso tendo em conta a idade do paciente, a sua atividade profissional e tipo de perda auditiva, equacionando o risco de cada procedimento terapêutico.

 

O tratamento é em geral cirúrgico, com o objetivo de restabelecer a audição através da remoção de um ossículo – o estribo – e a sua substituição por uma prótese. O sucesso desta intervenção é superior a 90%.

 

Uma outra opção de tratamento é a colocação de uma prótese auditiva, alternativa com muito bons resultados. Não há atualmente medicamentos que melhorem a audição destes doentes.

 

Em caso de dúvidas ou suspeita deve consultar um médico otorrinolaringologista para confirmar o diagnóstico e aconselhamento terapêutico.