Equipamento EOS:

Uma radiografia de corpo inteiro com menos radiação
Prevenção e bem-estar
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O EOS permite fazer radiografias de corpo inteiro, com menor dose de radiação face aos métodos convencionais. Saiba mais sobre este aparelho inovador.

O EOS é um equipamento de Radiologia inovador que, com apenas uma única exposição, permite obter imagens de corpo inteiro, com uma dose de radiação mais baixa. Já com as radiografias convencionais, são muitas vezes precisas várias exposições para obter todas as imagens necessárias para fazer o estudo de determinada zona do corpo.

Segundo Jorge Mineiro, Ortopedista da Coluna Vertebral, “este é um equipamento de raio-x de nova geração que tem baixa dose de radiação. Usa mais ou menos cerca de um décimo da radiação normal para a mesma radiografia”. Gonçalo Marques, Técnico de Imagiologia, refere ainda que este aparelho, único em Portugal, “permite fazer estudos da coluna vertebral, dos membros inferiores e até do corpo inteiro, com o doente em posição funcional, quer seja em pé ou sentado, com baixa dose de radiação”. Esta é uma “mais-valia extraordinária para quem observa, por exemplo, pacientes com patologia da coluna, nomeadamente com deformidades da coluna, em que é necessário realizar radiografias com alguma frequência”, afirma o ortopedista.



Vantagens para o diagnóstico e tratamento

“As doenças com deformidade na coluna são essencialmente as escolioses e as cifoses. Como o exame é feito na posição ortostática (isto é, de pé), esta é a radiografia ideal para tudo o que são alterações do comprimento dos membros que levam a uma modificação do posicionamento da bacia”, refere Jorge Mineiro. Além disso, com o EOS, “numa só radiografia, com uma só exposição, obtemos o posicionamento do esqueleto inteiro. Na maior parte dos outros dispositivos, para obter o mesmo resultado, temos de fazer dois ou mais disparos e depois somar as imagens todas para ter uma radiografia de corpo inteiro”, afirma. “Portanto, isto vem diminuir o número de exames que estes doentes têm de fazer.”

 

O que o difere de uma TAC

“Principalmente nas crianças, há uma coisa que se chama desvios rotacionais dos membros inferiores. Num raio-x uniplanar não conseguimos ter bem a noção destes desvios e então temos de pedir uma tomografia computadorizada (TAC)” explica o ortopedista CUF Jorge Mineiro, referindo que, com o EOS, por outro lado, na tal exposição e através de um pós-processamento que é feito no computador, consegue-se fazer uma reprodução não só em 3D da imagem - algo que a TAC também tem, mas através de cortes milimétricos. “Isto é altamente benéfico e dá-nos uma imagem de uma qualidade extraordinária não só para os desvios rotacionais dos membros inferiores, que é uma das indicações em que se faz TAC nas crianças, mas também no adulto, em que nós precisamos de imagens 3D das deformidades graves da coluna”, esclarece.

 

Em que doenças é utilizado?

“Com este equipamento, conseguimos fazer um pós-processamento avançado - toda a avaliação que fazemos após a aquisição da imagem propriamente dita -, uma avaliação mais precisa e mais rigorosa de apoio ao diagnóstico, essencialmente na Ortopedia”, refere Gonçalo Marques.

“O EOS é utilizado para diagnosticar patologias que sejam do esqueleto axial, que podemos dividir em duas partes: a coluna e os membros inferiores”, afirma Jorge Mineiro. Aqui incluem-se “tudo o que sejam desvios da coluna em qualquer um dos planos, seja frontal ou lateral, e o mesmo nos membros inferiores. Se um doente tem os joelhos valgos ou os joelhos curvos, apenas num disparo conseguimos ter uma visão do que é o alinhamento no conjunto todo do esqueleto”. Esta visão mais integral do esqueleto é importante porque, “com muita frequência, precisamos de saber o que se passa nos membros inferiores para integrar a deformidade que o doente tem na coluna e vice-versa”, explica.

 

Como é feito o exame?

À semelhança de uma radiografia normal, o EOS não requer uma preparação prévia por parte do doente. Na altura do exame, basta “retirar a roupa, vestir uma bata descartável e tirar todos os objetos metálicos que possam interferir na imagem, como os objetos radiopacos”, enumera Gonçalo Marques. Depois, prossegue, “o doente é posicionado no centro do equipamento de acordo com a estrutura anatómica a estudar, quer seja a coluna vertebral, membros inferiores ou corpo inteiro. Com recurso a um laser, é posicionado o início e o final da aquisição e é feita a aquisição biplanar, portanto, em simultâneo a frente e o perfil de toda a estrutura que nós selecionámos para ser estudada”.

Esta aquisição é feita “com recurso a uma ampola que é emissora de radiação X e um detetor, que fazem uma aquisição de todo o corpo ou da coluna vertebral ou dos membros inferiores”, explica o Técnico de Imagiologia CUF.

Todo o processo não demora muito tempo: “Até se obter os resultados, a aquisição da imagem propriamente dita são cerca de 20 segundos. O pós-processamento - ou seja, a totalidade do exame - pode demorar entre 10-20 minutos dependendo da complexidade do exame ou da estrutura anatómica a estudar”, estima Gonçalo Marques.

O equipamento, tendo uma dose de radiação muito baixa, pode ser feito por crianças, jovens, adultos, idosos… por toda a população. No entanto, é desaconselhado em mulheres grávidas”, salvaguarda.

 

EOS na CUF

Este equipamento está disponível no Hospital CUF Descobertas, em Lisboa.

Publicado a 16/12/2020