COVID-19: O que se sabe sobre a variante Ómicron

COVID-19
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Classificada como variante "de preocupação", a Ómicron foi inicialmente identificada no continente africano, com casos detetados em vários países da Europa.

A variante B.1.1.529 foi identificada pela primeira vez a 24 de novembro de 2021 na África do Sul e, dois dias depois, a 26 de novembro, foi designada de Ómicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que a considerou variante "de preocupação". Mas quais os critérios que estão na origem desta classificação? Os dados obtidos até agora acerca da variante Ómicron apontam para um elevado número de mutações, o que pode influenciar o seu comportamento, por exemplo, a nível de capacidade de transmissão ou de severidade da doença.

Em Portugal, assim como em alguns países europeus, já foram identificados casos de COVID-19 causados pela variante Ómicron.

Sendo esta uma variante recentemente identificada, ainda há muito por conhecer. Segundo a OMS, eis o que sabemos (ou não) até agora sobre a variante Ómicron da COVID-19.

 

1. É mais transmissível?

Ainda não foi possível concluir se a variante Ómicron tem uma maior capacidade de transmissibilidade de pessoa para pessoa comparativamente a outras variantes já conhecidas. No entanto, alguns estudos preliminares sugerem que a Ómicron pode estar associada a um maior risco de transmissão comparativamente a outras variantes. Isto significa que, caso uma pessoa seja infetada com a Ómicron, a probabilidade de poder vir a ter novamente COVID-19 é mais elevada. Para conseguirmos dar resposta a esta questão, são necessários mais estudos epidemiológicos.

 

2. Causa doença de maior gravidade?

Ainda não é possível concluir se a infeção causada pela variante Ómicron pode provocar doença mais grave do que as restantes variantes em circulação, como a Delta. Embora alguns dados preliminares apontem para um aumento do número de hospitalizações na África do Sul, este também pode ser resultado do facto de haver mais casos positivos de COVID-19 de um modo geral.

Quanto aos sintomas mais comuns, também não existem evidências de que os provocados pela Ómicron sejam diferentes dos que estão habitualmente presentes na infeção por outras variantes. Contudo, é necessário mais tempo e investigação para determinar a severidade e sintomas mais comuns associados a esta recém descoberta variante.

 

3. Qual a eficácia das atuais vacinas contra a variante Ómicron?

É muito importante lembrar que as vacinas atualmente em utilização se mantêm eficazes na prevenção de doença grave e de morte por COVID-19.

Está em estudo pela comunidade científica se a nova variante vem ou não colocar em causa os efeitos das atuais vacinas contra a COVID-19 para que no futuro eventuais novas formulações das vacinas possam vir a estar disponíveis.

 

4. A Ómicron é detetada pelos testes à COVID-19?

Os testes PCR - testes com maior sensibilidade utilizados no diagnóstico da COVID-19 - mantêm-se igualmente eficazes na deteção da infeção quando é causada pela nova variante Ómicron.

Estão a ser desenvolvidos estudos no sentido de perceber se a capacidade de deteção do vírus também se mantém quando se fazem testes rápidos (ou antigénio).

 

5. Opções de tratamento eficazes na doença grave

Corticosteroides e bloqueadores do recetor IL6 são dois tipos de fármacos utilizados no tratamento de casos graves de infeção por COVID-19 e que se mantêm eficazes na doença causada pela variante Ómicron.

Está a ser avaliada a eficácia de outros tratamentos que são habitualmente utilizados para tratar a COVID-19 de modo a avaliar se mantêm a sua eficácia perante esta variante.

 

O que pode fazer para se proteger da variante Ómicron

Para se proteger da variante Ómicron, deve manter todos os cuidados recomendados desde o início da pandemia. São eles:

  • Manter a distância de segurança (pelo menos dois metros)
  • Usar máscara, sobretudo em espaços fechados
  • Adotar uma boa higiene das mãos, lavando-as ou desinfetando-as com frequência
  • Quando precisar de espirrar ou de tossir, cobrir o rosto com a dobra do cotovelo ou com um lenço
  • Assegurar uma boa ventilação de espaços fechados (por exemplo, abrir as janelas para promover a circulação do ar)
  • Evitar locais fechados e com grande concentração de pessoas
  • Cumprir a vacinação completa da COVID-19
Fontes:

Direção-Geral da Saúde, novembro de 2021

Organização Mundial da Saúde, novembro de 2021

Publicado a 30/11/2021
Doenças