O que é?

O dengue é uma infeção provocada por um flavivírus e transmite-se através da picada das fêmeas dos mosquitos do género Aedes, particularmente Ae. aegypti, infetadas com o vírus, não ocorrendo transmissão de pessoa para pessoa. Ae. aegypti, transmite também zika e chikungunya. É possível contrair dengue até 4 vezes, já que o vírus apresenta quatro serotipos diferentes (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4), e um serotipo não gera imunidade contra os restantes.

Nos últimos 50 anos, os casos de dengue aumentaram a nível mundial.Todos os anos, são registados 390 milhões de casos de dengue no mundo e destes, 96 milhões manifestam-se a nível clínico.

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 4 mil milhões de pessoas vivem em zonas de risco de infeção da doença, presente em 128 países e mais comum em zonas tropicais e subtropicais. Por exemplo, no Brasil, onde o dengue é considerado um problema de saúde pública, desde o século XIX que foram identificadas epidemias de dengue.

Até ao momento, não foram detetados mosquitos transmissores do vírus do dengue em Portugal Continental e todos os casos diagnosticados foram importados de regiões endémicas.

Sintomas

O dengue tem um período de incubação de 3 a 7 dias, podendo prolongar-se até 14 dias. Os sintomas de dengue surgem entre 3 a 14 dias após a picada do mosquito infetado. 

A doença manifesta-se, geralmente, por:

  • Febre alta
  • Dores de cabeça
  • Dor atrás dos olhos
  • Dores nos músculos e nas articulações
  • Vómitos
  • Manchas vermelhas na pele

Em casos mais graves surge um quadro hemorrágico - dengue hemorrágico - na pele, mucosas, órgãos internos podendo causar a morte.

A probabilidade de a doença agravar é maior em quem já contraiu a infeção anteriormente do que em quem nunca foi infetado.
 

Causas

O vírus do dengue é contraído através da picada pelo mosquito portador. Este inseto é pequeno, castanho, com uma risca branca de cada lado do tórax e várias riscas brancas nas patas.

A sua alimentação, reprodução e depósito dos ovos ocorre durante o dia e o mosquito é mais ativo no início da manhã e no final da tarde. Uma vez que as fêmeas precisam do sangue humano para a maturação dos seus ovos, é nesse momento que pode ocorrer a transmissão da doença.

Diagnóstico

O diagnóstico do dengue é normalmente feito através de análises ao sangue, que permitem detetar a presença de anticorpos contra este vírus. Contudo, não permite identificar qual dos quatro sorotipos do dengue é responsável pela infeção.

Tratamento

Não existe um medicamento específico contra o dengue e o seu tratamento é sintomático, incluindo: combater a febre,manter a hidratação, aliviar a dor e, nos casos mais graves, internamento hospitalar e terapêutica via intravenosa.

É importante ingerir bastantes líquidos e não devem ser tomados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (AAS, conhecido por Aspirina®) e anti-inflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias.

Prevenção

Desde 2015, existe uma vacina contra o dengue, recomendada para pessoas entre os 9 e os 45 anos que vivam em zonas consideradas endémicas ou de risco.

Atualmente, uma das formas mais eficazes de prevenção contra o dengue inclui o combate aos mosquitos, eliminando os locais onde estes depositam os seus ovos, habitualmente sítios com águas paradas (por exemplo, material abandonado como pneus em desuso, latas, garrafas, pratos de vasos de plantas, bebedouros de animais, charcos, poços e piscinas). Para isso:

  • Evite usar pratos nos vasos de plantas e, se o fizer, coloque areia até a borda.
  • Mantenha os caixotes do lixo tapados e os ralos fechados e desentupidos.
  • Lave com uma escova as taças da comida e da água dos seus animais, no mínimo uma vez por semana.
  • Limpe as calhas da casa, eliminando detritos que possam obstruir a passagem da água.
  • Puxe o autoclismo de sanitas pouco usadas pelo menos uma vez por semana e mantenha as suas tampas fechadas.

As boas condições de saneamento básico são fundamentais na estratégia de prevenção, assim como o uso racional de inseticidas para combater os mosquitos.

Fontes:

Texto original adaptado de Direção Geral de Saúde

Dengue, Zika e Chikungunya

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