Como prevenir e tratar a diarreia

Doenças crónicas
Prevenção e bem-estar
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Dependendo do tipo de diarreia, esta pode curar-se sozinha ou não. Conheça os vários tipos, as causas, o que fazer para preveni-la e como tratar a diarreia.

A diarreia pode ser definida, segundo a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, por um aumento na frequência das dejeções ou diminuição da consistência das fezes e por uma massa fecal superior a 200 g/dia. Se a duração da diarreia for inferior a duas semanas é classificada como aguda, enquanto que se ultrapassar as quatro semanas é classificada como crónica. Geralmente, a diarreia aguda é causada por infeções gastrointestinais, autolimitadas e de tratamento fácil. Já a diarreia crónica, nos países desenvolvidos, pode ter na origem diversas causas como a síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal e as síndromes de má absorção.   Diarreia aguda Para o médico, a história clínica e o exame físico são essenciais na avaliação inicial da diarreia. A primeira permite apurar as características e a frequência das dejeções e presença de sangue, pus ou muco nas fezes; se o doente fez uma viagem recente; se consumiu laticínios não pasteurizados ou se ingeriu carne ou peixe que não estivessem bem cozinhados; se teve contacto com pessoas doentes; se tomou antibióticos recentemente; se existem comorbilidades (existência ou associação de duas ou mais doenças num paciente); história sexual do doente. O exame físico é útil para determinar a gravidade da diarreia e permite a exclusão de patologias cuja manifestação pode incluir diarreia. O médico pode pedir a realização de exames de diagnóstico (exames laboratoriais, endoscópicos, exame das fezes apenas nos casos em que a situação clínica o aconselhar).   Tratar a diarreia aguda Em primeiro lugar, é imperativo garantir que os fluidos e eletrólitos são repostos. Como a diarreia aguda costuma ser autolimitada, a reposição de fluidos e eletrólitos e a modificação da dieta são, normalmente, suficientes. Os fármacos antidiarreicos, antibióticos, analgésicos e reguladores da motilidade só são utilizados em alguns casos.   Diarreia crónica De acordo com a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, a diarreia crónica pode ser classificada em três tipos: Inflamatória Esteatorreia Aquosa As causas são múltiplas. A história clínica permite apurar o início da diarreia, o padrão (contínuo ou intermitente), duração, volume e características das fezes (com sangue, ácidos gordos, aquosas). O médico irá também estabelecer se existe uma relação entre a diarreia e o stress, a alimentação e a altura do dia em que ocorre, bem como se existem outros sintomas associados como perda de peso, distensão/dor abdominal ou flatulência. A incontinência fecal pode ser confundida com diarreia, pelo que deve ser realizado o diagnóstico diferencial. É importante apurar junto do doente a existência dos seguintes fatores: História de infeções bacterianas recorrentes Toma de medicamentos, realização de radioterapia e cirurgias Sintomas associados a doenças sistémicas como hipotiroidismo, diabetes, entre outras Viagens recentes Consumo de água e/ou alimentos contaminados Contacto com pessoas doentes Consumo excessivo de laxantes   Tratar a diarreia crónica O tratamento vai depender das causas da diarreia sendo, por isso, individualizado.   Quando consultar o médico A maior parte dos casos de diarreia cura-se por si só. Porém, visto que a diarreia provoca a perda de fluidos e eletrólitos, é necessário estar atento. De acordo com a Mayo Clinic, deve consultar o seu médico assistente se: A diarreia persistir durante dois dias sem melhorar Se tiver sintomas de desidratação (muita sede, boca ou pele secas, pouca ou nenhuma urina, fraqueza, tonturas, vertigens, urina de cor escura) Se tiver sangue nas fezes ou estas forem de cor escura Se tiver dor abdominal ou retal severa Se tiver febre superior a 39º   Interessa-lhe saber Nas crianças, especialmente se forem muito novas, a diarreia - em particular se for acompanhada de febre e/ou vómitos - pode, conduzir a um estado de desidratação. Para saber mais leia Diarreia aguda: como os pais devem atuar.
Publicado a 12/02/2019