Diabetes e COVID-19: fatores de risco

COVID-19
Doenças crónicas
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Os diabéticos são grupo de risco da infeção por COVID-19, não por terem maior probabilidade de a contrair, mas, sim, pela gravidade das complicações.

Pessoas com diabetes têm mais fatores de risco de desenvolver complicações associadas à COVID-19. Por isso, além do reforço das medidas preconizadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), como o distanciamento social e a lavagem frequente das mãos, é fundamental que os diabéticos mantenham o seguimento e controlo da sua doença e contactem com o seu médico assistente regularmente. Fique a conhecer aqui as explicações de João Guerra, especialista em Medicina Interna CUF.

 

Diabéticos são grupo de risco

Apesar de não haver dados suficientes que demonstrem se as pessoas com diabetes têm maior probabilidade de contrair COVID-19 do que a população em geral, sabe-se que enfrentam um maior risco de sofrer complicações graves com a doença.

No entanto, o risco individual de desenvolver uma doença grave como a COVID-19, será menor se a diabetes for bem gerida e estiver bem controlada. Quando as pessoas com diabetes não controlam bem a doença e experimentam níveis de açúcar no sangue flutuantes e instáveis, geralmente correm o risco de sofrer uma série de complicações relacionadas com diabetes.

Ter doenças cardíacas ou outras complicações, além da diabetes, pode piorar o risco de ficar gravemente doente com a COVID-19, porque a capacidade do organismo para combater uma infeção está comprometida.

 

Os riscos são diferentes para pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2?

Não se conhece nenhuma razão que leve a pensar que a COVID-19 representará uma diferença de risco entre a diabetes tipo 1 e o tipo 2. Mais importante e que deve ser tido em consideração, é que as pessoas com qualquer tipo de diabetes variam nas faixas etárias, nas complicações e na forma otimizada como gerem e tratam a sua diabetes.

As pessoas que já têm problemas de saúde relacionados com as complicações da diabetes, provavelmente, terão resultados piores se contraírem COVID-19 do que as pessoas que a têm bem controlada e sem outras doenças crónicas associadas, qualquer que seja o tipo de diabetes.

 

É importante manter o contacto com o seu médico

As instituições de saúde tiveram de se adaptar para garantir, por um lado, a resposta adequada aos doentes com COVID-19 e, por outro, garantir o seguimento aos doentes com patologias crónicas ou aqueles que necessitam de cuidados de saúde urgentes.

No caso da diabetes, os hospitais adequaram o seguimento dos doentes implementando, por um lado, a opção de teleconsulta ou monitorização remota e, por outro, fazendo um esforço para garantir, de forma atempada, o receituário aos doentes com consulta agendada, de forma a evitar falhas terapêuticas ou deslocações a outras unidades de saúde.

Tendo em conta os fatores de risco, as pessoas com diabetes devem tentar evitar, sempre que possível, a deslocação às unidades de saúde. No entanto, devem manter-se atentos à sua saúde, cumprir todas as recomendações do médico assistente e não ignorar sintomas. É recomendada a consulta deste especialista sempre que houver sintomas sugestivos de piora no estado de saúde.

 

Como prevenir complicações causadas pelo COVID-19?

Além de cumprir todos os conselhos da DGS, como o distanciamento social, o reforço da etiqueta respiratória ou a lavagem frequente das mãos, é igualmente importante, para os doentes diabéticos:

  • Manter valores de glicemia o mais bem controlados possível;
  • Manter, cumprir e, se necessário, intensificar a terapêutica;
  • Abstenção ou, preferencialmente, evicção tabágica;
  • Esforço adicional para perder peso, caso o tenha em excesso, ou evitar ganhos inapropriados.

Se a COVID-19 estiver espalhada na sua comunidade, tome medidas extra para se distanciar das outras pessoas, a fim de reduzir ainda mais o risco de ser exposto a este novo vírus. Fique em casa o máximo possível.

Publicado a 16/04/2020